Saúde

Distração preferida das crianças pode deixá-las com problemas de visão

Ficar por muito tempo em frente às telas prejudica a saúde dos olhos, afeta o sono e causa fortes dores de cabeça não só nos pequenos, mas em pessoas de qualquer idade

Por Assessoria 05/07/2021 10h29
Distração preferida das crianças pode deixá-las com problemas de visão
Reprodução - Foto: Assessoria
Passar muito tempo em frente aos dispositivos digitais sem tomar as devidas precauções prejudica a saúde dos olhos, afetando o sono e causando fortes dores de cabeça. No caso dos pequenos, especialmente na pandemia, muitos pais passaram a entreter seus filhos com os desenhos e canções do YouTube, chegando a deixá-los mais de seis horas em frente às telas durante todo o dia, sem estar muito cientes das consequências desta ação. Os telefones celulares, tablets e computadores fazem parte do cotidiano da maioria das famílias, seja para trabalho, estudos ou entretenimento. Esse foi o método encontrado para prosseguir com os trabalhos e ainda sobrar um pouco de tempo para descansar. De tão acostumadas, algumas crianças até “preferem” esta distração, criando ainda mais uma dependência aos aparelhos. Por isso, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), algumas restrições devem ser observadas. Até o primeiro ano de vida, os bebês não devem ser expostos a telas. De 2 a 4 anos, podem usar até 1 hora. A partir de 5 anos, o uso pode ser de até 2 horas por dia. A oftalmologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL) Marina Viegas ressalta como os pais devem se prevenir para não prejudicar os olhos das crianças. "A única maneira de cuidar dos olhos é diminuindo o tempo que as crianças ficam em frente às telas. É importante que os pais ou responsáveis criem uma rotina com as crianças, ensinando a usar os brinquedos e mostrar o espaço da casa onde elas podem rolar, cantar e pular”, esclarece. Segundo a oftalmologista, as telas menores dos celulares fazem com que as crianças segurem o equipamento muito próximo do globo ocular, prejudicando a perda do foco para longe. Elas também podem contrair a Síndrome de Visão Computacional, que consiste em visão embaçada ou dupla, olhos secos e irritados, levando, em longo prazo, a distúrbios oculares como a miopia. Risco em todas as idades Conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), 34% dos brasileiros nunca foram ao oftalmologista. Esses dados criam um cenário preocupante, já que a maioria das doenças oculares não manifestam sintomas até que o quadro se agrave. Devido à pandemia, as pessoas passaram a trabalhar e estudar de forma remota, em casa, e em muitos casos é inviável seguir a orientação dos oftalmologistas de a cada duas horas em frente ao computador, uma hora de descanso. Para esses casos, a oftalmologista recomenda hidratar os olhos três vezes ao dia. “Quando ficamos por muito tempo em frente às telas, nossos olhos ressecam, por isso indicamos o uso diário de colírio e exercícios de relaxamento”, indica. Um desses exercícios é tão simples: basta levantar da cadeira ou local onde está usando a tela, procurar uma janela e olhar para o horizonte. “Outros exercícios, o oftalmologista prescreve de acordo com cada pessoa e suas necessidades”, completa Marina Viegas. A luz azul transmitida pelo celular, televisão e computador torna a vista cansada, causa dor de cabeça, irritabilidade, falta de concentração, prejuízos na qualidade do sono e, na continuidade da situação, pode até provocar depressão. O acompanhamento com um oftalmologista permite o diagnóstico precoce e o tratamento das enfermidades no momento certo, antes que o paciente sofra com perdas de visão irreversíveis ou outros prejuízos à sua saúde.