Saúde

Pandemia faz aumentar em 93% o lixo hospitalar em Arapiraca

Por Davi Salsa – Sucursal Arapiraca 29/06/2021 12h13
Pandemia faz aumentar em 93% o lixo hospitalar em Arapiraca
Reprodução - Foto: Assessoria
CA quantidade de descartes gerados pelos moradores de Arapiraca, sobretudo de equipamentos de proteção individual (EPIs), registra um aumento significativo desde o início da pandemia da Covid-19. Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos mostra que a Capital do Agreste produziu, de 1° de janeiro até 28 de junho deste ano, mais de 30 mil toneladas de resíduos domésticos. Para termos de comparação, esse volume representa o equivalente a 120 piscinas olímpicas cheias. Mas a pandemia da Covid-19 fez aumentar, principalmente, o descarte de materiais de uso hospitalar, como máscaras de proteção, face shield, toucas descartáveis, luvas, aventais, entre outros produtos e vestimentas utilizados pelos profissionais de saúde no enfrentamento à pandemia. Na maior unidade pública de saúde do interior de Alagoas, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, antes da pandemia da Covid-19, a empresa especializada pelo recolhimento dos descartes retirava 37 bambonas de 25 quilos em três coletas na semana, o que representava 2,7 toneladas por semana. Com a abertura dos leitos, em abril do ano passado, para o atendimento a pessoas infectadas pelo novo coronavírus, o hospital passou a descartar 42 bambonas de 25 quilos em cinco coletas, o que equivale 5,2 toneladas por semana. Os números no HE do Agreste mostram que a pandemia da Covid-19 fez aumentar em 93% a quantidade de lixo hospitalar na unidade. Na maior parte dos hospitais brasileiros, a taxa de geração de resíduos de serviços de saúde (RSS) por leito é, em média, 1,5 quilo por paciente por dia, no caso de internação de média complexidade, conforme dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe). Um paciente de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em situações habituais gera 2,2 quilos de resíduos ao dia. Uma cirurgia de duas horas, produz, em média, 3,7 quilos de resíduos. A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) revela que o tempo médio de permanência de um paciente em UTI num hospital público gira em torno de seis dias. Pacientes graves infectados pelo novo Coronavírus ficam entre 14 e 21 dias na UTI. O atendimento a um paciente Covid-19 internado por duas semanas em UTI, produz cerca de 30 quilos de resíduos que precisam passar por tratamento adequado antes da disposição final em aterro sanitário licenciado. Como a taxa de ocupação média atual dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) está em torno de 95% (15,2 mil, segundo dados da AMIB), a geração de resíduos de saúde ao dia equivale a 33,4 toneladas. Estes números representam só o atendimento a pacientes de UTI em todo o Brasil, sem contabilizar as internações em enfermarias.