Saúde

Psicóloga dá dicas a quem precisa sair de casa durante a Fase Vermelha

Diante do crescimento dos casos e as variantes do vírus, medo da contaminação é agravado por um ano vivendo a pandemia

Por Assessoria 19/03/2021 16h51
Psicóloga dá dicas a quem precisa sair de casa durante a Fase Vermelha
Reprodução - Foto: Assessoria

Os brasileiros estão com mais medo da pandemia. É o que revela uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Datafolha. De acordo com a sondagem, 79% dos brasileiros acham que a pandemia está fora do controle e 82% têm medo, em maior ou menor escala, de ser infectado pelo coronavírus. Em Alagoas, com o início oficial da fase Vermelha nesta sexta (19), muitas pessoas ainda vão precisar enfrentar esse medo para trabalhar e resolver situações que ainda requerem atenção presencial.

Este medo de ser infectado e a sensação de que as medidas adotadas não estão garantindo a segurança sanitária, aliado ao cansaço de um ano nesta situação sem perspectiva de melhora, pode ser um gatilho para quadros de ansiedade. A psicóloga clínica Karolline Helcias destaca que muitas pessoas não querem continuar se expondo, seja no trabalho, seja em outras rotinas.

“É grande o número de trabalhadores querendo permanecer isolados, mas nem todos vão conseguir voltar totalmente para o isolamento, devido à natureza do seu trabalho. Para se sentir mais seguro, rotinas do dia a dia que forem possíveis, como ida a um shopping, restaurante ou praia, podem ser suspensas por 15 dias e não devem afetar tanto quanto o medo de se contaminar, tendo em vista que é um período curto. Estamos em um momento em que já se sabe mais do que no início da pandemia”, recomenda.

Ela destaca que no atual momento, com casos chegando a pessoas que conhecemos e notícias do agravamento da pandemia no país pelos noticiários, tudo se soma e fragiliza o emocional da população, acentuando o medo do contágio e da morte.

“Esse processo de aumento nos casos provoca uma crise no sujeito, no sentido de ficar em alerta: ‘E se eu também me expor? E se eu me contaminar?’. Isso é um movimento normal diante deste momento. Quando os casos diminuíram, as pessoas se sentiram mais confortáveis de voltar à quase normalidade, já esse aumento denota uma ameaça, um risco para nós, o que gera um medo maior”, explica a psicóloga, que também é professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL).

Dicas para sair à rua

Para as pessoas que precisam trabalhar, se expor mais, pegar ônibus e podem apresentar maior dificuldade em lidar com sua ansiedade frente à possibilidade de adoecer, a psicóloga dá quatro importantes dicas:

Mantenha os cuidados - medidas simples como lavar as mãos, usar máscara de forma adequada, não me expor em situações desnecessárias, manter o distanciamento, alimentação adequada já passam a ideia de que a situação está controlada, pelo menos com você;

Se policiar um pouco mais - entendemos hoje, depois de um ano de pandemia, que tendo essas prevenções, podemos nos manter longe da contaminação, então, ter os cuidados redobrados ajuda bastante a combater a ansiedade;

Racionalizar - reafirmar para si mesmo: “apesar do aumento no número de casos, se estou mantendo os cuidados, eu tenho uma menor probabilidade de me contaminar”; e

Buscar ajuda profissional - se você não está conseguindo manter o controle emocional e do medo, é preciso agir para evitar que essa ansiedade desorganize sua vida.

“Se você perceber que essa sensação está te atrapalhando, é hora de buscar uma ajuda profissional para te orientar, porque nem sempre a racionalização vai ser suficiente para evitar que a ansiedade e o medo cheguem e que a angústia apareça. É preciso um suporte profissional para lidar com esta situação e isso não é nenhum sinal de fraqueza”, incentiva Karolline Helcias.