Saúde

Sesau distribui 1,4 milhão de camisinhas e reforça importância do sexo seguro

Objetivo é conscientizar a população sobre os cuidados que devem ser tomados durante a folia

Por Texto: Marcel Vital com Agência Alagoas 20/02/2019 17h12
Sesau distribui 1,4 milhão de camisinhas e reforça importância do sexo seguro
Reprodução - Foto: Assessoria
Durante as prévias e o Carnaval, um dos períodos mais aguardados do ano para quem viaja ou festeja, muitos foliões acabam se esquecendo de um item importante: o preservativo. A “camisinha” é o método mais seguro de prevenir as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), além de ser uma forma eficaz de impedir uma gestação não programada. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) distribuiu, somente para o período carnavalesco de 2019, 1,4 milhão de preservativos aos 102 municípios alagoanos. É preciso ficar atento para aproveitar ao máximo a folia, evitando que a lembrança da maior festa popular brasileira fique manchada por descuidos pessoais. O alerta é da assessora técnica da Sesau Jackeline Targino, que enfatiza que, além da Aids, a herpes, sífilis e clamídia são também preocupantes, uma vez que podem gerar consequências sérias, desde deformações à infertilidade. “Além da Aids, há outras IST que comprometem a saúde e agem silenciosamente. As IST não se resumem ao HIV e HPV”, reforçou. A camisinha tem um papel a cumprir diante do papiloma vírus humano (HPV), responsável pela maioria dos casos de câncer de colo de útero nas mulheres e outros problemas nos homens, como a formação de verrugas no pênis. Apesar de a vacina ser a forma mais eficiente de frustrar o ataque do vírus, a camisinha ajuda a diminuir o risco de contágio, desde que seja utilizada corretamente. “É necessário curtir o Carnaval com responsabilidade e todo ato sexual deve ser praticado com proteção. O risco de contrair alguma IST ocorre nos três tipos de relações sexuais: oral, vaginal e anal, sendo o último o de maior risco”, alertou Jackeline Targino. Nos dias das folias carnavalescas, a Sesau irá disponibilizar as camisinhas de forma gratuita nos postos de saúde dos 102 municípios do estado, além de dispensadores nos Shoppings Miramar, Maceió e Pátio, no Terminal VLT, Terminal Rodoviário de Maceió, Feirinha do Artesanato da Pajuçara, além do Garden Shopping, em Arapiraca. Já durante o tradicional bloco pré-carnavalesco Pinto da Madrugada, que vai desfilar pela orla de Maceió neste sábado (23), a Sesau implantará dois totens para que os foliões curtam a festa de maneira tranquila e segura. “O uso do preservativo ainda é a alternativa mais eficaz e segura na prevenção das IST, da Aids e da síndrome congênita decorrente da infecção pelo Zika vírus. Por isso, a estratégia de distribuição de camisinhas em pontos de grande concentração de pessoas nesta época do ano é fundamental”, avaliou Jackeline Targino. Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2018 Alagoas registrou 424 casos de Aids e 1.320 de sífilis. Enquanto os casos de infecção pelo vírus, que é quando a doença ainda não se manifestou, foram 909. “Além dos preservativos que os municípios já recebem, haverá um aporte extra para aquelas cidades turísticas em que o número de visitantes aumenta significativamente durante o período de Carnaval”, destacou. Prevenção Ao contrário da camisinha, que evita o contato com o vírus presente no sêmen durante a relação sexual, a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) atua quando a pessoa já foi exposta ao vírus ou tem suspeita de exposição. É importante lembrar que, além do preservativo, outras medidas como não compartilhamento de seringas ou de material em contato com sangue também são importantes para evitar a infecção pelo HIV no decorrer da folia de momo. “Digamos que, mesmo com todos os cuidados necessários para evitar a infecção, você teve um possível contato com o vírus. É ai que a PEP entra: são comprimidos antirretrovirais que devem ter a primeira dose tomada entre as duas primeiras horas após a exposição e o prazo máximo de 72 horas depois. Para garantir a eficácia do procedimento, a medicação deve ser utilizada pelos próximos 28 dias consecutivos, sem interrupções. Já o acompanhamento por uma equipe de saúde acontece durante 90 dias e as testagens para verificar a sorologia da pessoa exposta devem ser feitas 30 e 90 dias depois da possível infecção”, explicou Jackeline Targino. Ela acrescentou que, quando uma pessoa chega até uma unidade de saúde dentro do período considerado eficaz para tratamento com PEP é preciso investigar como e quando ocorreu a exposição e as condições sorológicas das pessoas envolvidas. Ou seja, se pelo menos uma delas é positiva para HIV ou não. Contato com suor, lágrima, fezes ou urina, vômitos, secreções nasais e saliva não oferecem risco de transmissão se não tiverem presença ou vestígio de sangue. Por isso, não há a necessidade de procurar o serviço. De acordo com a assessora técnica da Sesau, oito unidades de referência estarão de plantão no Carnaval para oferecer a PEP aos foliões que tiverem algum acidente com a camisinha durante a relação sexual. O atendimento estará à disposição nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Trapiche da Barra e do Benedito Bentes, Hospital Escola Helvio Auto (HEHA), Maternidade Escola Santa Mônica e Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió; na UPA de Palmeira dos Índios; Hospital Regional Doutor Clodolfo Rodrigues de Melo, em Santana do Ipanema; e Unidade de Referência Pós-Exposição de Delmiro Gouveia. “Essas unidades estão com equipes médica e de enfermagem capacitadas para o tratamento com PEP e também para a realização de teste rápido”, afirmou Jackeline Targino.