Saúde

Enfermeira junta saúde e tecnologia para empreender e dá palestra na SBPC

Alessandra Pontes faz mestrado em ciência da computação, que foi a sua porta de entrada para o mundo da tecnologia

Por Texto: Rívison Batista 26/07/2018 20h49
Enfermeira junta saúde e tecnologia para empreender e dá palestra na SBPC
Reprodução - Foto: Assessoria
A enfermeira alagoana Alessandra Pontes virou referência no meio do empreendedorismo quando teve a iniciativa de aliar tecnologia com saúde, criando plataformas que podem ajudar pacientes e salvar vidas. Ela participou da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e, nesta quinta-feira (26), apresentou-se para uma plateia jovem, que assistiu à palestra “Desvendando o seu perfil comportamental para o mundo empreendedor”. Durante a apresentação, Alessandra foi detalhando o significado do que é empreender e qual o perfil que o futuro empreendedor deve ter para começar um negócio. “Eu me surpreendi por causa da idade do público. Acabou dando tudo certo. Falei para eles que o perfil comportamental é algo que você pode moldar. Você pode desenvolver a habilidade que você acha que não tem. Então, qualquer pessoa pode ser um empreendedor”, afirma à reportagem da Tribuna. Além de enfermeira, Alessandra Pontes faz mestrado em ciência da computação, que foi a sua porta de entrada para o mundo da tecnologia. Ela teve câncer de mama, venceu a batalha contra a doença e se sente motivada para auxiliar outras pessoas quando o assunto é saúde. “Isso tudo começou depois que eu adoeci. Eu precisava achar alguém que me ajudasse a criar o game que era a proposta do meu mestrado. O jogo é sobre o Protocolo Manchester. O que me motivou a falar sobre isso foi uma situação que passei com meu filho quando ele tinha ainda um ano e onze meses. Ele foi diagnosticado erroneamente com uma crise alérgica, quando, na verdade, era uma laringotraqueíte”, comenta. Alessandra recorda que é a única enfermeira na sua sala do mestrado em ciência da computação. O tema de estudo que ela escolheu, o Protocolo Manchester, consiste no atendimento hospitalar baseado na triagem dos casos mais graves, dando prioridade a esses. “Eu não tenho o domínio da matemática, coisa que a maioria das pessoas que faz esse curso têm. Então é um mundo novo para mim. Quando participei do Startup Weekend, aqui em Maceió, fui aprendendo o que é uma startup. Na comissão do júri, disseram que a proposta do projeto era boa. Depois teve um concurso conhecido como ‘Vale do Silício Brasileiro’, que participei e consegui ser classificada. Após isso, fui para o Rio, onde estudei mais e realmente desenvolvi esse lado empreendedor”, relata. Aplicativos No ano de 2014, Alessandra tinha que administrar um grande número de remédios e teve a ideia de criar a plataforma “Haviso”, que ajuda pacientes a administrar medicamentos de horários controlados. “O Haviso está em fase de manutenção no momento. O aplicativo identifica quando o remédio está para acabar e avisa o paciente com antecedência. O cliente tem a opção de comprar online uma nova caixa, retirá-la na farmácia ou recebê-la em casa”, diz a empreendedora. Ela pretende concluir o mestrado ainda neste ano e o projeto baseado no Sistema Manchester é a startup Risk Life, que auxilia no treinamento de estudantes e profissionais do curso de enfermagem e medicina. “No aplicativo, criamos cenários realísticos para estimular e desenvolver a tomada de decisão”, explica a enfermeira. O mais recente projeto de Alessandra é a plataforma “Touch Brasil”, que, através do ciclo menstrual da mulher, alerta o melhor momento e como fazer o autoexame da mama. “No momento, está em fase de testes. Mas pretendemos lançar em outubro, aproveitando o Outubro Rosa [campanha que tem como objetivo informar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama]”, finaliza. Alessandra relata seu cotidiano nas áreas de saúde e tecnologia nas redes sociais e convida todos a segui-la no Instagram: https://www.instagram.com/a.pontes/