Saúde

Vacinação entre gestantes e crianças contra Influenza fica abaixo da meta

Infectologista alagoano José Maria Constant alerta para risco desse público-alvo não estar protegido contra Influenza

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 28/06/2018 08h11
Vacinação entre gestantes e crianças contra Influenza fica abaixo da meta
Reprodução - Foto: Assessoria
Mesmo ultrapassando a meta da vacinação contra Influenza (93,85%), públicos específicos no estado não tiveram o mesmo desempenho. É o caso de gestantes (87,29%) e crianças de até cinco anos (83,09%), a meta era vacinar 90% do público alvo. O Ministério da Saúde aponta que esta não é uma tendência exclusiva daqui, em todo o país, mais de 3,3 milhões de crianças e 574,3 mil de gestantes deixaram de ser imunizadas. O infectologista José Maria Constant alerta para o risco de contrair gripe principalmente nestes grupos, onde o fortalecimento do sistema imunológico é de grande importância. “Existe um risco. Está sem imunidade. Esse pessoal que não se vacinou e deveria ter se vacinado tem o risco de contrair gripe e naturalmente não seria bom adoecer, deveria estar protegido. O risco é afastar a população que pode adoecer e permitir que essa faixa estivesse protegida e não foi. O Ministério da Saúde privilegia essa camada justamente pela maior fragilidade entre crianças e gestantes”, ressalta. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) das 237.501 crianças de até 5 anos que deveriam ser imunizadas 197.346 receberam as doses. Já entre as 36.135 gestantes identificadas, 31.542 foram imunizadas. O Ministério da Saúde esclarece que a escolha dos grupos prioritários atende recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) com base em estudos epidemiológicos que demonstram os grupos mais suscetíveis a contrair a gripe e desenvolver infecções respiratórias decorrentes. O médico avalia que há certa despreocupação com a necessidade de se vacinar, mas não acredita que a recusa tenha relação com o movimento antivacina que tem crescido nos últimos anos no país. “Eu acredito que seja uma questão de falta de educação para saúde, falta de consciência da importância da vacinação. Eu sei que existe hoje um movimento hoje chamado antivacina, mas eu não acredito que esse movimento tenha causado isso. Falta consciência mesmo, educação para saúde, consciência que esta é uma medida boa e está sendo desvalorizada”, alerta. Segundo o Ministério da Saúde, grupos contrários à vacinação têm crescido no país. A disseminação de informações ocorre, na maioria dos caso, por meio de redes sociais, “Infelizmente, disseminam informações nas redes sociais, de maneira errônea e sem fundamentos científicos, prejudicando o trabalho sério feito pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Cabe destacar que as vacinas que integram o Calendário Nacional de Vacinação são seguras e eficazes quando administradas de acordo com as normas do PNI. Muitas já ajudaram a erradicar doenças do País, como a varíola, o sarampo, a rubéola e a pólio. A vacinação é uma forma segura de prevenir doenças e por meio do Sistema Único de Saúde, o Brasil oferece gratuitamente esse imunobiológicos a diferentes públicos, assegurando qualidade de vida e mais saúde a todos”, destaca o órgão. Campanha continua em 21 municípios que atingiram meta   Vinte e um municípios alagoanos atingiram a meta e estenderão a cobertura de vacinação para crianças 5 a 9 anos e adultos de 50 a 59 anos, atendendo à recomendação do Ministério da Saúde. São eles: Batalha, Palmeira dos Índios, Pariconha, Joaquim Gomes, Chá Preta, Coruripe, Porto Real do Colégio, Viçosa, Cajueiro, Colônia, Lagoa da Canoa, Jequiá da Praia, Olho d’Água das Flores, Coité do Nóia, Pindoba, Jacuípe, Jundiá, Matriz do Camaragibe, Mar Vermelho, Piaçabuçu e Branquinha. Ao todo, o estado recebeu 866.700 doses de vacinas do Governo Federal. As cidades de Água Branca, Olho d’Água Grande, Maragogi, Atalaia, São Brás, Tanque d’Arca, Satuba, Feira Grande, Piranhas, União dos Palmares e Porto Calvo ainda avaliam se irão estender a vacinação. A campanha de vacinação terminou no último dia 23 de junho em todo o país. O último boletim do Ministério da Saúde aponta que até o fim da campanha “foram registrados 3.558 casos de influenza em todo o país, com 608 óbitos. Do total, 2.124 casos e 399 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 728 casos e 102 óbitos. Além disso, foram 296 registros de influenza B, com 40 óbitos e os outros 410 de influenza A não subtipado, com 67 óbitos. No mesmo período de 2017 foram registrados 1.459 casos de influenza e 237 mortes pela doença”, diz o órgão.