Saúde

Alagoanos terão que se vacinar contra febre amarela em 2019

Imunização será feita com a dose integral em mais de 2,6 milhões de pessoas em 101 municípios do estado

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 21/03/2018 08h31
Alagoanos terão que se vacinar contra febre amarela em 2019
Reprodução - Foto: Assessoria
Mais de 2,6 milhões de alagoanos precisarão se vacinar contra a febre amarela a partir de fevereiro de 2019. A recomendação foi anunciada na tarde desta terça-feira (20) pelo ministro da Saúde Ricardo Barros. Segundo o cronograma do Ministério da Saúde, todo o país será imunizado de forma gradativa, de acordo com a produção e distribuição das doses. A vacinação no estado será feita com a dose integral da vacina, e não de forma fracionada como é feito atualmente. Conforme o Ministério, 101 municípios serão cobertos com a vacinação, exceto Delmiro Gouveia, que já tinha entrado como área de recomendação, por conta da proximidade com o estado da Bahia (área afetada). O Ministério da Saúde informou que os estados de São Paulo e Bahia terão a cobertura de vacinação em todos os municípios, com as doses fracionadas. No Rio de Janeiro já havia a recomendação de vacinação para todos os municípios. Nesta etapa, 40,9 milhões de pessoas serão alcançadas, segundo estimativa do órgão. A partir do segundo semestre deste ano a vacinação padrão, isto é, com doses totais da vacina será adotada nos estados da região Sul do país, atingindo 11,3 milhões de pessoas. A região Nordeste entra na programação a partir de janeiro do ano que vem, exceto o Maranhão, onde já havia a recomendação de vacina. A estimativa é que um total de 25,3 milhões de pessoas sejam vacinadas, de acordo com o Ministério. Com a ampliação da vacinação, o órgão calcula que 77,5 milhões de brasileiros sejam imunizados em 1.586 municípios. Segundo o Ministério da Saúde, desde julho do ano passado Alagoas teve oito casos notificados da doença. Até agora, dois foram descartados e seis seguem em investigação. Mas de acordo com a gerente de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Daniele Castanha, não há motivo para preocupação, pois todos os casos já foram descartados clinicamente. O aumento no número de notificações se deve pelo maior controle na investigação dos casos onde pacientes apresentam sintomas similares ao da febre amarela e estiveram em áreas afetadas. “O que ocorre é que tem havido um maior cuidado na notificação desses casos pelos médicos, que ao perceberem os sintomas em pessoas que estiveram em áreas atingidas realizarem a notificação. A orientação é colher o material e enviar para a análise e isso leva um certo tempo. Mas cabe ressaltar que Alagoas não é área de circulação do vírus nem de forma silvestre nem urbana”, esclarece. “Quanto mais a gente imunizar, melhor”, diz técnica da Sesau A gerente de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Daniele Castanha, avalia a mudança como positiva. “Visto o número de casos do Brasil, quanto mais a gente imunizar, melhor, porque aí a gente vai ter toda a população imunizada e não corre o risco de que casos cheguem aqui. O que a gente precisa realmente é do apoio da população porque a gente percebe uma procura maior quando há casos. Mas por exemplo, outras vacinas que a gente tem de rotina, a população não procura muito. A gente tem vacina disponível e cobertura baixa. Parece que quando a coisa é proibida a população procura mais, ou quando acontece um caso. Quando há risco iminente, aí há procura”, destaca. Segundo Daniele Castanha, apesar do anúncio, ainda é necessário que o Ministério da Saúde comunique oficialmente à Secretaria, fornecendo a estratégia de cobertura. “A gente não sabe ainda qual a estratégia, mas vai ser para toda a população, gradativa e deve entrar na rotina. A gente ainda não foi informada a faixa etária, estamos esperando o Programa Nacional de Imunização sinalizar. Como a previsão para Alagoas é 2019, acreditamos que o Ministério vai fazer esse contato e definir isso ao longo do ano”, explica. No município de Delmiro Gouveia, onde houve a recomendação de vacina em janeiro deste ano, o processo de imunização não será alterado, afirma a gerente. “Para Delmiro já está na lógica da rotina. O Ministério manda cotas mensalmente e é para vacinar toda a população, então eles fizeram um projeto de como vacinar toda a população de forma gradual, ao longo do ano”, diz.