Saúde

Comportamento sedentário: até quem pratica atividade física pode apresentar

Profissional de educação física explica o que é e como evitar tais comportamentos que estão ligados ao tempo que cada pessoa fica deitado ou sentado durante o dia

Por Lucas França com Tribuna Independente 25/02/2018 09h04
Comportamento sedentário: até quem pratica atividade física pode apresentar
Reprodução - Foto: Assessoria

Comportamento sedentário é o termo direcionado para as atividades que são realizadas na posição deitada, inclinada ou sentada e que não aumentam o dispêndio energético acima dos níveis de repouso, também é levado em consideração o “tempo de tela” que se caracteriza pelo tempo abusivo na frente da TV, Smartphone, tablete e computador. São esses comportamentos que desfavorecer a qualidade de vida de uma pessoa. Muita gente acredita que por praticar exercícios físicos está imune aos prejuízos do comportamento sedentário. Mas, o profissional de educação física Matheus Correia explica que essas pessoas também podem apresentar tais comportamentos.

“A exposição prolongada a comportamentos sedentários devem ser avaliadas distintamente, porém de certa forma o individuo que apresenta um volume de comportamento sedentário diariamente ou até mesmo semanalmente, provavelmente venha ser classificado como um sujeito “insuficientemente ativo” popularmente falando sedentário”, explica Matheus.

Segundo Correia, o efeito prolongado da exposição aos comportamentos sedentários e da inatividade física ao longo do curso da vida favorece a potencialização dos efeitos nocivos de tais comportamentos na velhice e até a mortalidade precoce. “Estudos têm indicado o comportamento sedentário como um possível fator de risco à saúde, independentemente do volume acumulado de atividade física, ou seja, as pessoas tão morrendo e adoecendo mais. Não só pelo fato de não realizarem exercícios físicos e não terem uma alimentação saudável e sim por ficar muito tempo sentado”, ressalta.

Ainda de acordo com o profissional, tanto o indivíduo “ativo” como o “sedentário” vão apresentar alguns comportamentos sedentários no decorrer do dia. “Todos vamos apresentar esses comportamentos, a final ninguém é de ferro, mas a pergunta que não quer ser respondida é: quantas horas o sujeito vai estar sentado, inclinado, deitado ou até mesmo na frente da sua TV, computador, smartphone. Isso em excesso não faz bem”, explica.

“É preciso acumular 150 minutos de atividades por semana”

[caption id="attachment_65990" align="alignnone" width="200"] Para que o individuo não seja considerado sedentário ele deve acumular 150 minutos de atividades aeróbicas por semana ( Foto: Sandro Lima)[/caption]

Para que o individuo não seja considerado sedentário ele deve acumular 150 minutos de atividades aeróbicas por semana com intensidades moderadas a vigorosas, de acordo com os personais.

“Agora é preciso levar em consideração que mesmo realizando os 150 minutos de atividades aeróbicas durante a semana, ficar sentado, inclinado ou deitando durante muito tempo pode não auxiliar os benefícios relacionado aos 150 minutos que está diretamente interligados saúde e qualidade de vida do indivíduo”, explica.

O assistente social, Jean Eduardo Ferreira, não se considera uma pessoa sedentária. Segundo ele, tira cerca de uma hora por dia para a prática de exercícios físicos, mas, confessa que passa a maior parte do tempo deitado ou sentado assistindo TV.

“Como estou desempregado no momento, passo a maior parte do dia deitado ou sentado com celular ou assistindo TV. À noite continuo na mesma posição. Porém, creio que tiro em média de 30 à uma hora por dia para fazer uma caminhada ou algum exercício físico”, disse o assistente confessando que nem todo faz essas atividades.

Exercícios laborais são indicados para diminuir prejuízos

De acordo com Matheus Correia, a ginástica laboral é um exercício para diminuir os comportamentos sedentários por ser uma prática que tem como principal objetivo prevenir patologias relacionadas às atividades laborais.

Várias empresas e instituições em Alagoas adotam a prática dos exercícios laborais em seus setores de trabalho para diminuir a tensão do dia a dia e incentivar os colaboradores a praticar exercícios físicos. Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por exemplo, estudantes do curso de educação física realizavam os exercícios nos setores da universidade. Na Casa da Indústria, as atividades laborais fazem parte da rotina dos funcionários.

“O objetivo é incentivar os colaboradores à prática de atividades físicas, enfatizando a importância para a melhora na qualidade de vida e manutenção da saúde. A ginástica laboral geralmente é realizada no posto de trabalho ou em algum espaço especifico dentro da empresa, tendo a duração média de quinze minutos, podendo ser realizada diariamente, três vezes por semana ou conforme a frequência que a empresa disponibiliza”, explica Matheus.

Correia ressalta que o profissional de educação física é o mais indicado a tratar sobre o tema, porém explica que é necessário que o profissional esteja sempre por dentro do assunto para facilitar a orientação para seus clientes e alunos à importância de estar sempre em movimento.

“A ginástica laboral é focada no objetivo de cada individuo. As classificações da ginástica laboral podem ser feitas pelo horário de realização, como: preparatória que tem como objetivo preparar o organismo para o trabalho físico, além de melhorar a oxigenação tecidual, aumento de frequência cardíaca, melhora disposição e concentração”, fala.

 Segundo o especialista, nessa classificação a duração média de exercícios é entre 10 e 12 minutos, onde são realizados exercícios de coordenação, equilíbrio, concentração, flexibilidade e resistência muscular.

Outra fase é a compensatória, onde o indivíduo realiza durante a jornada de trabalho, para buscar o alívio de qualquer tensão muscular decorrente do uso excessivo da estrutura por má postura ou pelo esforço excessivo. Auxiliam na remoção de resíduos metabólicos, correção postural e prevenção de fadiga muscular. Trabalha especificamente exercícios de correção de postura, flexibilidade, alongamentos e exercícios respiratórios. E por fim, é feito após a jornada de trabalho o relaxamento, que tem como principal objetivo, o alivio de tensões e diminuição do estresse, onde são feitas automassagens, exercícios respiratórios, alongamentos e meditação.