Saúde

Rouquidão excessiva pode indicar câncer de laringe

Segundo oncologista, é fundamental que integrantes do grupo de risco da doença realizem exames o quanto antes, caso apresentem o sintoma com certa regularidade. Tal medida contribui com o diagnóstico precoce do problema.

Por Assessoria 11/01/2017 12h08
Rouquidão excessiva pode indicar câncer de laringe
Reprodução - Foto: Assessoria

Assim como tosse e pigarro, a rouquidão é geralmente associada com situações cotidianas, como desgaste das cordas vocais, inalação de poluentes, tabagismo ou o contágio de doenças respiratórias. Porém, essa condição também pode indicar problemas muito mais graves. “Rouquidão excessiva pode ser um sintoma de câncer de laringe. Por isso, é fundamental que integrantes do grupo de risco da doença – composto, basicamente, por fumantes, consumidores de álcool, portadores do vírus HPV, além de indivíduos que se alimentam mal ou possuem higiene bucal deficiente –, realizem exames o quanto antes, caso apresentem o sintoma com certa regularidade. Tal medida contribui com o diagnóstico precoce do problema, o que aumenta as chances de cura”, explica a oncologista do HCor, Dra Lucíola de Barros Pontes.

A médica acrescenta que o câncer de laringe é um dos mais comuns entre os que acometem a região que compreende a cabeça e o pescoço. Tanto que já representa cerca de 25% dos tumores diagnosticados nesta área do corpo. Além disso, o problema pode aparecer em qualquer uma das três subdivisões da laringe – glote, subglote e laringe supraglótica. “Vale lembrar que tumores na região do tórax, na base do crânio, além de outros entre a cabeça e o pescoço, também podem, eventualmente, causar rouquidão. Porém, o câncer de laringe é, com certeza, o principal causador deste tipo de sintoma, atualmente”, revela a Dra Lucíola.         

Fatores de Risco – Tabagismo e o consumo frequente de bebidas alcoólicas estão entre os principais fatores de risco para o câncer de laringe. Combinamos, estes dois elementos representam um perigo ainda maior. “Fumantes tem até dez vezes mais chances de desenvolver a doença. Quando o indivíduo, além de fumar, consome álcool em grande quantidade, o risco que ele tem de contrair câncer de laringe chega a ser até quarenta vezes maior em comparação com quem opta por não beber ou não fumar, por exemplo”, explica. “Alguns subtipos do vírus HPV também podem desencadear a doença. Portanto, embora possa ser curado de maneira relativamente simples, o problema merece máxima atenção”, alerta a oncologista, lembrando que a má alimentação e a falta de higiene bucal facilitam o trânsito de bactérias na garganta que também contribuem com o surgimento de tumores nesta parte do corpo.        

Outros sintomas – Apesar de ser praticamente assintomático no início, o câncer de laringe pode manifestar alguns outros sintomas, além da rouquidão – que é sempre um dos principais sinais da doença, quando surge entre o glóte e subglote. “Conforme o local em que se desenvolvem, tumores de laringe também provocam dores, dificuldades para engolir ou para respirar, além de sensações bastante desagradáveis, como a de um inchaço – semelhante a presença de um caroço – na garganta”, afirma a médica.     

Diagnóstico – Para que eventuais suspeitas possam ser investigadas, o diagnóstico do câncer de laringe deve ser feito sempre por um oncologista. Ao examinar os sintomas, o médico realiza uma biopsia para verificar as condições dos tecidos da laringe. “Caso a doença esteja presente, o passo seguinte é realizar exames de imagem para identificar as dimensões do tumor e quais áreas ele já atingiu. Entre os principais estão: raio-X da garganta, ressonância magnética nuclear, tomografia computadorizada, laringoscopia ou endoscopia”, enumera a Dra Lucíola.

Tratamento – Já o tratamento da doença costuma ser realizado de maneira multidisciplinar. Isso para que possa levar em conta não só o estágio da lesão, mas também as condições clínicas apresentadas pelo paciente. Entre os procedimentos mais indicados para reverter e controlar tumores de laringe estão cirurgias, como a laringectomia, radioterapia e quimioterapia. Todos estes métodos podem ser realizados individualmente ou de maneira combinada, dependendo de cada quadro. “Quando não tratado adequadamente, o câncer de laringe pode gerar graves complicações como danos às cordas vocais, dificuldade para deglutir os alimentos, dispneia – o que compromete o sono –, além de metástase, cuja ocorrência pode fazer com que o câncer se espalhe. Por isso, é essencial que o tratamento da doença seja bastante cuidadoso e realizado da maneira mais precoce possível”, conclui a oncologista do HCor.