Roteiro cultural

Diversidade e tecnologia marcam participação do Senac na 11ª Bienal do Livro de Alagoas

Instituição levou ao público livros da editora Senac São Paulo, demonstrações e rodas de conversa sobre negritude

Por Assessoria 10/11/2025 16h17
Diversidade e tecnologia marcam participação do Senac na 11ª Bienal do Livro de Alagoas
Brasil e África: ligados culturalmente em seus ritos e raízes - Foto: Assessoria

Com o tema “Brasil e África: ligados culturalmente em seus ritos e raízes” a 11ª edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas foi encerrada no último domingo (9.11), com uma celebração à influência da cultura africana no Brasil. Realizado no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, o evento contou o patrocínio do Senac Alagoas que levou ao público uma programação diferenciada com demonstrações, desfiles de moda e rodas de conversa sobre negritude.

“O Senac Alagoas não poderia deixar de participar desse evento, que é o maior do estado voltado à literatura e cultura. Trazer uma programação diferenciada e apresentar ao público livros da Editora Senac São Paulo é uma forma que temos de fomentar ainda mais a educação e fortalecer a Bienal para os alagoanos”, explicou Sandro Diniz, diretor de Educação Profissional do Senac Alagoas.

Brasil e África: ligados culturalmente em seus ritos e raízes

Além de uma feira de livros, a Bienal foi palco de exposições de projetos educacionais promovidos pelos alunos do Senac Alagoas, como a apresentação do laboratório de juventude “Cultura Popular”, apresentado por jovens aprendizes da instituição. “Nesse projeto falamos sobre a importância de dar visibilidade e valorizar a cultura popular do mundo, mas, principalmente, a alagoana, como uma forma de combater estigmas preconceituosos e estereótipos que marginalizam parte da população”, contou Maisa Carvalho, aluna de Aprendizagem e uma das líderes da turma.

Durante a programação ofertada pelo Senac, a instituição ainda promoveu a roda de conversa “A Influência Africana na Moda”, com a participação da ex-aluna do Senac e empreendedora, Lea Viana. “Ter esse espaço aberto foi um momento maravilhoso para contar um pouquinho da história da minha loja, Divinas Pretas, e da importância do continente africano na nossa cultura”, disse Lea.

E foi para encerrar a participação do Senac na Bienal com chave de ouro que os alunos dos cursos de Estilista e Costureiro da instituição realizaram o desfile de uma coleção inspirada na África, com o tema “As Mãos que Tecem Liberdade”. Segundo Alano Rocha, instrutor do Senac Alagoas responsável pela turma, “a coleção fala muito sobre a mistura entre Brasil e África, então nada mais pertinente do que apresentarmos esse trabalho na Bienal, mostrar o que nossos alunos são capazes de produzir em sala de aula, e celebrar a união de duas culturas tão coloridas e ricas para todos”.

Programação

No estande do Senac Alagoas, o público contou a presença da Editora Senac São Paulo, que disponibilizou 327 títulos e mais de 1500 exemplares, com o desconto de até 50% ao público do evento, e com demonstrações de “Turbantes Afro”, “Penteados para Cabelos com Curvatura”, Técnicas de Trançados Afro”, “Cuidados para a Pele Negra” e “Maquiagem para a Pele Negra”.

Já na área da Tecnologia, o espaço teve atividades de imersão com os óculos de Realidade Virtual, que encantou crianças e adultos. “Gostei muito! Sempre quis experimentar os óculos e me diverti bastante”, disse João Pedro Carvalho, 13 anos.

Encerramento

Assim como na abertura, o ritual de encerramento da 11ª edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas foi comandado pelas ialorixás Mãe Mirian de Nanã e Mãe Neide Oyá D'Oxum, além do babalorixá Pai Célio de Iemanjá. Foi a primeira vez que membros de religiões de matriz africana ocuparam o espaço oficial da literatura, lugar tradicionalmente reservado à intelectualidade branca e economicamente dominante.

Durante os dez dias de programação foram dezenas de lançamentos de livros, mesas-redondas, rodas de conversão e palestras que trataram dos trágicos resultados de mais de 300 anos de escravidão no Brasil. Nas pautas estiveram não apenas temas como desigualdade social, exclusão, tipos de violência, mas também as estratégias de resistência dos movimentos sociais e da luta antirracista.

Realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac Alagoas e do Sebrae Alagoas, a Bienal é o maior evento cultural e literário do estado.