Roteiro cultural

Comédia de Ariano Suassuna sobre corrupção ganha adaptação alagoana e será encenada no Teatro de Arena

Conchambranças de Quaderna traz o regionalismo da cultura nordestina e terá sessões às 18h e 20h30

Por Assessoria 14/11/2023 16h18
Comédia de Ariano Suassuna sobre corrupção ganha adaptação alagoana e será encenada no Teatro de Arena
O espetáculo faz parte da conclusão da turma de iniciantes do curso livre de teatro do Centro de Pesquisas Cênicas (CEPEC) - Foto: Divulgação

No dicionário regional, conchambrança significa um acordo, um combinado, um conchavo. E será com esse pano de fundo que o Teatro de Arena (anexo ao Teatro Deodoro) recebe neste domingo (19), a comédia Conchambranças de Quaderna, obra do dramaturgo Ariano Suassuna. As apresentações, que contam com muito regionalismo em cena, e acontecem em sessões às 18h e 20h30.

O espetáculo faz parte da conclusão da turma de iniciantes do curso livre de teatro do Centro de Pesquisas Cênicas (CEPEC) que contou com uma preparação durante sete meses até a montagem final. Ao todo estarão em cena 17 alunos atores (sendo dois convidados) sob a direção de Aldine de Souza; a peça conta ainda com a direção de movimento, iluminação e cenografia de Claudemir Santos, além de uma grande equipe de profissionais.

O público vai poder acompanhar a história de Pedro Diniz Quaderna, protagonista de “Romance d’A Pedra do Reino”, publicado em 1971. Ali, encontramos o personagem —que declara ser descendente de legítimos reis brasileiros— preso, e ele reconta a sua história e as lutas nas quais se envolveu.

A comédia possui três atos independentes e seu lançamento, em 1987, marcou o retorno de Suassuna ao teatro. Quaderna usando de sua esperteza e de truques para resolver questões, uma delas que será confirmada pela lei dos homens e a outra que brinca com os mistérios entre o céu, a terra e o inferno.

Quaderna, um sertanejo astuto e sedutor que tenta sobreviver a custo de tirar vantagens dos outros, inicia seus causos com a saga de duas irmãs prometidas em casamento. No dia do esperado matrimônio, o noivo de uma das irmãs resolve que quer se casar com ambas. Outra história fala de uma mulher traída que é tomada pela dor. Em seu desejo de vingança, ela faz um pacto com o diabo para que ele leve o seu marido traído e a amante para o inferno.

Além do regionalismo em cena, a montagem, inspirada nos circos e nas danças populares, destaca-se pela utilização de painéis que revelam e ocultam os personagens, criando assim uma ilusão de magia no palco.

Segundo a diretora do espetáculo, Aldine de Souza, as características circenses da montagem estão em consonância com a obra de Suassuna, que conheceu o teatro no circo, nos melodramas e espetáculos de mamulengos —teatro popular de bonecos nordestino. A base de suas peças é a cultura popular.

“Assim como outras obras de Ariano Suassuna, essa em específico tem três atos que são independentes. São histórias completamente diferentes. Em algumas adaptações, os diretores optam por encenar apenas um ato, mas conseguimos juntar todos para apresentar ao público alagoano”, conta Aldine de Souza.

A escolha pelo regionalismo vem sendo uma marca dos espetáculos produzidos pelo Cepec, em especial, dando vida a obras de Ariano Suassuna, escritor paraibano que foi um dos fundadores do Teatro Popular do Nordeste.

“Meu intuito é tabelar as montagens de Suassuna. Acho muito rico de cultura popular, em movimento armorial, fundado por ele que tinha a intenção de realizar uma arte autêntica brasileira baseada nas raízes populares, trazendo o suprassumo da cultura nordestina, nossos hábitos, nossas artes, tipicamente da nossa terra, seja na música, nas artes plásticas, dança. Vamos ressaltar, vibrar a cultura nordestina que é trazida também para nossa estética”, explica Aldine de Souza.

E todas essas características estarão presentes seja no cenário, na maquiagem e principalmente no figurino. Tudo pensando para a estética dialogar entre si, dentre as funções primordiais do teatro. No espetáculo, a sonoplastia será feita ao vivo com muito coco de roda, com Marcos Topete, além da participação de Cristiano Kiko, que é artista plástico e responsável pelo cenário.

“A obra de Ariano Suassuna é caracterizada, principalmente, pelo teor regionalista. Desse modo, seus personagens são típicos do Nordeste e apresentam dialeto e costumes nordestinos. Assim, os elementos da cultura popular dessa região são valorizados”, concluiu a diretora.

Serviço:

Conchambranças de Quaderna
Dia: 19 de novembro
Local: Teatro de Arena Sérgio Cardoso
Sessões: 18h e 20h30
Ingressos: R$ 25,00 (todos pagam meia)
Vendas: Plataforma Sympla

Elenco:

Antony Alan, Artur Souza, Camila Cavile, Dafne Lima, Edgard Camilo, Ernesto de Lira, Gabryel Galb, Juliana Carmo, Kyvia Amorim, Leonardo André, Luiz Otávio Kunty, Ronaldo Cansanção, Sarah Muniz, Suzany Rodrigues e Vinicius Ferreira. Alunos Convidados: Pedro Salves e Victor Soares.

Ficha Técnica

▪️Direção, Adaptação e Figurino (concepção): Aldine de Souza;
▪️Diretor de Movimento, Iluminação e Cenografia: Claudemir Santos;
▪️Artista Plástico: Cristiano Kiko;
▪️Maquiagem: Alexandre Nascimento;
▪️Figurinos (confecção): Alícia Costa;
▪️ Adereços: Elisa Gomes;
▪️Sonoplastia ao Vivo: Marcos Topete;
▪️ Contra-Regra: Ahyas;
▪️Videomaker: Victor Soares;
▪️ Assessoria de Comunicação: Anna Cláudia Almeida;
▪️ Produção Executiva, Fotografia e Designer (material de Divulgação): Romeo De Luca;
▪️ Fotografia (no dia do espetáculo): João Erisson.