Política
Deputados debatem aprovação de cotas para pessoas trans na Ufal
Decisão foi tomada na manhã de terça-feira e pela tarde, no plenário da Casa de Tavares Bastos, essa política foi tema de discussão entre os parlamentares
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Alagoas (Consuni) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira, 4, a criação de uma política para cotas destinadas a pessoas transexuais nos cursos de graduação. A decisão foi tomada nesta manhã e pela tarde, no plenário da Casa de Tavares Bastos, essa política foi tema de discussão entre os parlamentares. Primeiro a falar sobre o tema, o deputado Cabo Bebeto (PL) manifestou veemente repúdio à decisão do Conselho da Ufal, que aprovou a criação de cotas para pessoas trans no próximo vestibular.
"O Consuni decidiu que haverá vagas exclusivas para trans na Ufal. Isso é um absurdo!", afirmou o parlamentar, fazendo paralelo com caso recente da turma exclusiva para o MST no Pernambuco, afirmando que ações como essa segregam a população. Além de questionar a composição do Conselho, o deputado levantou dúvidas práticas: "Como comprovar que é trans? Vai mostrar atestado médico? Dará margem para fraudes, como ocorreu com cotas raciais". Ele dirigiu críticas pessoais.
O deputado Francisco Tenório (PP) apoiou o colega, declarando-se contra políticas de cotas baseadas em orientação sexual ou identidade de gênero. "Por que cota para transexuais? Eles são menos inteligentes, menos preparados? Não têm as mesmas oportunidades que homossexuais ou heterossexuais? Não tem sentido políticas de cota por opção sexual. Sou contra cotas para gays, héteros, homossexuais, transexuais ou qualquer pessoa do LGBTQIA+", completou ele, que teve o apoio de Gilvan Barros Filho (MDB). "Junto-me a este pronunciamento importante. É um absurdo como se está conduzindo a educação a nível nacional!", afirmou Barros Filho.
Por fim, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) posicionou-se em defesa das políticas de cotas, contra-argumentando os colegas que criticaram as cotas para pessoas trans na Ufal. "As cotas são importantíssimas para fazer justiça a parcelas da sociedade sempre discriminadas. Negros raramente aparecem em tribunais ou parlamentos. Quem estuda em escola pública não tem oportunidade de comprar livros ou fazer cursos", argumentou ele. "Segregar é tratar pessoas diferentes como iguais", seguiu ele, explicando sobre a lógica das cotas rurais, já que o curso de medicina para movimentos agrários, em Pernambuco, atende filhos de agricultores sem condições de concorrer em igualdade. "Estes jovens voltarão para assentamentos e cidades pequenas, onde médicos não querem trabalhar", finalizou ele.
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