Política

JHC lança pré-candidatura ao governo e movimenta alianças entre Renan, Lira e o Planalto

Prefeito divulga vídeo insinuando que disputará o Governo de Alagoas em 2026; nomeação da tia para o STJ por Lula e elogios de Renan Calheiros reacendem debate sobre novas composições políticas no estado

Por Thayanne Magalhães 04/11/2025 07h16 - Atualizado em 04/11/2025 10h57
JHC lança pré-candidatura ao governo e movimenta alianças entre Renan, Lira e o Planalto
Em vídeo divulgado nas redes sociais, JHC lança seu nome para o Governo de Alagoas - Foto: Assessoria

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC) do PL, anunciou nesta segunda-feira (3) sua pré-candidatura ao Governo de Alagoas nas eleições de 2026. O comunicado foi feito por meio das redes sociais, com um vídeo em que o gestor defende que “chegou a hora de Alagoas olhar para frente, como a gente tem feito em Maceió”. O lançamento oficializa um movimento que vinha sendo articulado nos bastidores e já provoca rearranjos nas principais forças políticas do estado.

JHC destacou a gestão da capital como exemplo de eficiência e afirmou que pretende levar o mesmo modelo ao interior. “Aqui em Maceió tem o antes e o depois do nosso trabalho. Esse jeito de governar pode chegar a toda Alagoas”, disse o prefeito.

O anúncio ocorre em meio a um cenário político marcado por articulações com o grupo do senador Renan Calheiros (MDB), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o deputado federal Arthur Lira (PP). A nomeação da procuradora Maria Marluce Caldas Bezerra, tia do prefeito, para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), feita por Lula em julho, foi interpretada por analistas políticos como um sinal de aproximação entre o Planalto e o gestor maceioense.

A relação entre JHC e o grupo Calheiros também ganhou novos contornos ao longo do ano. Em eventos públicos, Renan Calheiros elogiou a administração do prefeito e chegou a classificá-lo como “grande administrador”. O gesto, porém, foi seguido de declarações do senador negando qualquer aliança formal. O próprio JHC também afirmou que “não há acordo político com o MDB”, embora tenha adotado um tom mais conciliador nas últimas semanas.

Por outro lado, o distanciamento entre o prefeito e o deputado Arthur Lira se tornou perceptível após divergências sobre o futuro político de JHC. O ex-presidente da Câmara esperava tê-lo como aliado em uma chapa majoritária em 2026, mas a decisão do prefeito de permanecer no cargo até o fim do mandato contrariou o grupo ligado ao Progressistas.

O que dizem as pesquisas?


Na disputa pelo governo, o cenário se mostra equilibrado. Pesquisa do Instituto Ápice/Política Alagoana aponta empate técnico entre JHC e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). O levantamento, realizado entre 15 e 20 de outubro, mostra JHC com 44,5% das intenções de voto e Renan Filho com 43,6%, dentro da margem de erro de 1,4 ponto percentual.

Com a pré-candidatura, JHC amplia o alcance de sua atuação política e testa sua força além da capital. A entrada do prefeito na corrida estadual tende a influenciar diretamente as composições partidárias e o alinhamento de lideranças municipais, especialmente no interior.

Enquanto isso, o tabuleiro político de Alagoas se reorganiza entre gestos de aproximação e disputas de espaço. De um lado, o MDB de Renan busca preservar sua influência; de outro, o grupo de Lira tenta conter perdas e manter protagonismo. No centro dessas movimentações, JHC aposta na popularidade construída em Maceió para alcançar o comando do estado em 2026.