Política
Federação MDB e Republicanos já rende debates
Ministro Renan Filho acredita em entendimento entre siglas, enquanto deputado Antonio Albuquerque critica “amarras partidárias”

A possibilidade de uma federação entre MDB e Republicanos voltou ao centro das discussões políticas após declaração do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). Em entrevista recente, o alagoano defendeu a união das duas siglas, considerando que a construção de alianças entre partidos com proximidade programática será essencial para as disputas eleitorais de 2026.
Segundo Renan, os presidentes nacionais das duas legendas, Baleia Rossi (MDB) e Marcos Pereira (Republicanos), já estariam em diálogo sobre o tema. “Eles têm conversado, e acho que esse entendimento com siglas que pensam parecido, mesmo que com uma diferença ou outra, vai ficar em pé. E, em política, time político joga com afinidade”, declarou o ministro.
A federação partidária difere das antigas coligações, pois exige que os partidos atuem de forma conjunta em todas as esferas e por pelo menos quatro anos. A proposta tem ganhado força no novo arranjo político do país, diante das recentes uniões formalizadas por outras legendas.
Em contato com a Tribuna Independente, a assessoria do deputado estadual Antonio Albuquerque, que preside o Republicanos em Alagoas, afirmou que ainda não houve qualquer tratativa envolvendo o diretório estadual sobre essa possível federação. Segundo a equipe do parlamentar, ele já foi informado sobre os entraves que o modelo pode provocar na atuação política dos eleitos.
Albuquerque destacou que qualquer decisão será debatida de maneira democrática e colegiada. “Prefiro que o presidente nacional analise os prós e contras e que os membros firmem algo que beneficie a maioria”, disse.
Ainda de acordo com a nota enviada à reportagem, o deputado se posiciona contra o modelo federativo, por entender que ele pode limitar o cumprimento dos compromissos assumidos com a população.
“Tenho convicção de que os compromissos assumidos com o povo não podem ser barrados por amarras partidárias, que impossibilitem os parlamentares de atenderem às demandas das ruas. Por isso, sou contra. Não antecipo, nem arredo o pé”, reforçou.
Para Antonio Albuquerque, o momento é de reflexão sobre o papel dos partidos no cenário atual, especialmente diante das exigências do Congresso Nacional. “Os partidos precisam se fortalecer, sim, mas também precisam ser instrumentos de apoio ao povo e não apenas à manutenção de interesses no Congresso”, concluiu.
COMO FUNCIONA
A federação partidária, que consiste na união de dois ou mais partidos para atuarem como se fossem um só, estreou nas eleições de 2022.
Ao contrário das coligações, as federações não poderão ser desfeitas depois da disputa eleitoral. Embora preserve a autonomia operacional e financeira de cada partido, esse tipo de associação implica atuar em bloco no Congresso por, pelo menos, quatro anos.
Os partidos que formarem federações deverão se manter unidos por pelo menos quatro anos, funcionando como um único partido no Congresso, dividindo Fundo Partidário, tempo de televisão e unificando o conteúdo programático.
O mecanismo das coligações é criticado por especialistas por criar os chamados “partidos de aluguel” apenas para as eleições e, muitas vezes, unir siglas com ideologias diferentes que negociavam apoios na base do “toma-lá-dá-cá”. As coligações continuam permitidas para eleições majoritárias, como para presidente ou senador.
A federação ajuda partidos menores a alcançar a chamada “cláusula de barreira”, criada para limitar o funcionamento dos que não tenham um desempenho mínimo a cada eleição.
O partido que não cumprir o prazo mínimo de quatro anos de filiação à federação será punido com perda do horário de propaganda eleitoral gratuita, proibição de ingressar em outra federação e celebrar coligação nas duas eleições seguintes e impedimento de usar o fundo partidário.
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