Política
Renan admite possibilidade de voltar em 2026
Ministro de Lula não confirma candidatura ao governo estadual no próximo ano, mas já se avalia que seu retorno seria necessário

Na semana passada, circulou nacionalmente a informação de que o ministro dos Transportes Renan Filho (MDB), já teria informado ao presidente Lula (PT) sobre sua intenção de deixar o cargo para disputar um terceiro mandato no Governo de Alagoas em 2026. O projeto já vem sendo defendido por aliados há tempos, com isso ganha um tom ainda mais forte.
Em contato com a reportagem da Tribuna Independente, Renan Filho nem confirma, nem nega a informação. De acordo com sua assessoria, “em abril do ano que vem ele sai do ministério, se desincompatibiliza, para ficar à disposição do partido dele. Isso é o que a gente tem de certo. Agora, se vai ser candidato, ser candidato ao Governo de Alagoas é uma possibilidade”.
Em Alagoas, aliados e adversários entendem que há vantagem eleitoral para Renan Filho. O deputado estadual Silvio Camelo (PV), ressaltou os pontos fortes do ex-governador. “O ministro Renan Filho é um nome natural para 2026. Fez um grande trabalho, deixou um projeto de obras estruturantes que o governador Paulo Dantas tem dado continuidade e ampliando ainda mais e seria, na minha opinião, um momento de consolidação dos avanços existentes. As duplicações, hospitais, aeroportos, concursos públicos. Seria a estabilidade e experiência necessária para Alagoas”.
Já o lado adversário, mesmo não gostando do nome, admite que é uma candidatura com grandes chances. “Infelizmente uma péssima e forte possibilidade de ele vencer”, disse o deputado estadual Cabo Bebeto (PL).
Por parte da bancada federal, pelo visto será preciso um pouco mais de articulação. O deputado federal Marx Beltrão (PP) teria comentado em evento recente em Alagoas que Renan teve sua chance, e agora seria a vez de JHC (PL).
Já Paulão (PT), companheiro de partido do presidente da República, defende que o tema seja negociado. “Renan Filho para governo é positivo sim, sem dúvida nenhuma, ele já mostrou quando governou, mas eu queria saber que aliança o PT vai discutir, porque é uma parceria importante. Do mesmo jeito que o MDB sonha ter a parceria com Lula no plano nacional, o PT tem um sonho aqui. O PT quer fazer a discussão no campo majoritário, pode ser governo, vice, Senado”.
O petista resgata as negociações feitas entre os dois partidos nos pleitos anteriores. “Na primeira candidatura dele ao governo [Renan Filho], foi apresentado o nome do Judson Cabral (PT) como vice, o senador Renan Calheiros (MDB) topou, mas Judson negou. Acabou ficando Luciano Barbosa (MDB) como vice, uma chapa puro sangue do MDB. Com Paulo Dantas, o vice do PT seria Tutmés [Airan], o nome foi aceito pelo Paulo e pelo Marcelo Victor, mas o Renan Calheiros não teve concordância, ficou o ex-governador Ronaldo Lessa”.
DIANTEIRA
O cientista político Ranulfo Paranhos avalia que o grupo do MDB e dos Calheiros ocupa hoje uma posição de ampla vantagem.
“Renan Filho lança sua pré-campanha ao lado do presidente da República, então isso não é pouca coisa. É uma sinalização simbólica de que ele é o candidato a governador do Estado onde ele foi eleito duas vezes governador e foi eleito senador, e onde ele é muito forte, saiu com aprovação positiva”, avaliou, em contato com a Tribuna Independente.
A estratégia, na visão de Paranhos, é também fragilizar o adversário. “Ao fazer isso, ele elimina também, ou ele tenta eliminar, a figura do seu principal oponente no Estado, que é o grupo do Arthur Lira [PP]. Aí ele diz, estou lançando a minha campanha, mas é a minha campanha que está sendo endossada, referendada e apadrinhada pelo presidente da República. Por si só, Renan Filho teria condições de fazer uma campanha e já disputar e ser competitivo? Sim, claro, mas ele resolve fazer isso apostando mais ainda, mostrando mais cartas, e essas cartas que ele mostra são as cartas do Eu Tenho Apoio do Governo Federal.
A maior força do ministro, segundo o cientista político, seria a estrutura do grupo em que está inserido. “O grupo que o MDB forma junto com o próprio MDB e partidos de aliança, um arco de mais ou menos 65, 70 prefeituras, ou seja, o MDB, os Calheiros têm a maioria das prefeituras. Uma candidatura ao governo do estado precisa daquilo que a gente chama de capilarização, o nome do candidato ao governo precisa ser levado para os interiores, precisa ser levado para as prefeituras e se você tem prefeito para fazer isso, tanto melhor. No caso do Renan Filho e no caso do Renan Calheiros, candidato ao Senado, isso é muito positivo, eles têm uma quantidade maior de prefeitos, eles vão conseguir entrar com mais facilidade em todas essas prefeituras, porque aí você tem o candidato ao governo e o candidato ao Senado. Partido político nesse ponto, importa e importa muito. Por quê? Porque ele capilariza, porque só a capital não elege”.

Cientista político não vê retrocesso caso ministro dispute o governo
Ocupando um cargo no alto escalão do Governo Federal, o nome de Renan Filho já foi cotado até para ser vice de Lula na chapa da presidência em 2026. Voltar à política local seria um recuo? Ranulfo Paranhos acredita que não.
“Se ele é um nome cotado para ser vice-presidente da República, se lançar previamente como candidato ao Governo do Estado, implica dizer que ele é um nome político que está à disposição e que é um nome que pode ser reconhecido, então ele ganha mais sendo candidato a vice-presidente da República, obviamente. Agora, ministro e governador, ser governador é mais importante do ponto de vista de gestão de recursos do que ser ministro, então o governador tem mais autonomia, quando a gente observa, se a gente conseguir colocar numa escala de importância, de gestão de recursos, de quem manda mais ou tem mais poder, é melhor ser governador do Acre do que ser ministro”, analisa.
Outro ponto que o cientista considera favorável a Renan Filho, é que a aliança do grupo contrário não parece tão consolidada.
“Do outro lado, o oponente se chama Arthur Lira em uma aliança que a gente não sabe até onde vai com o JHC [PL]. Qual o potencial, qual o poder dessa aliança? Eu não estou desmerecendo essa aliança, é tanto que política é um jogo, e aí se você só joga porque há uma possibilidade de vitória, porque é uma possibilidade de incerteza. E nesse caso, o principal oponente do Renan Filho é o prefeito de capital, mas que não tem o mesmo poder de se capilarizar nos interiores do estado como o ex-governador”, comenta.
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