Política
Oposição ganha terreno na Câmara
Sem líder definido para defender Prefeitura de Maceió, vereadores opositores crescem nas sessões e apontam críticas à gestão municipal

Fevereiro está chegando ao fim e até agora, ainda não foi definido um líder do prefeito JHC (PL), na Câmara Municipal de Maceió. Até o final da última legislatura, quem atuava nesse papel era o vereador Chico Filho (PL), mas este ano ele foi eleito presidente da Mesa Diretora, e a liderança segue em aberto. Nos bastidores da Casa, o nome que vem sendo cotado é Samyr Malta (Podemos), mas ele até agora não recebeu nenhum convite oficial. Segundo sua assessoria, ele estaria propenso a aceitar, mas vai depender do cenário que estiver posto caso aconteça o convite.
Por outro lado, a oposição está ganhando cada vez mais terreno no Legislativo. No primeiro mandato, JHC conseguiu trazer para a sua base a maioria dos potenciais adversários. Por algum tempo, a vereadora Teca Nelma (PT) era praticamente a única que “batia de frente” até que no último ano de mandato o MDB se movimentou e fortaleceu a bancada com Joãozinho (MDB), Kelmann Vieira (MDB) e Zé Márcio Filho (MDB), mas não havia tempo para muita mudança.
Agora, em 2025, com a chegada de Rui Palmeira (PSD), o tom subiu. O ex-prefeito de Maceió está empenhado em levar para a Casa Legislativa todo o debate sobre os problemas enfrentados pela cidade com JHC. Apesar de estar em número reduzido, a oposição já faz mais barulho.
Rui Palmeira, apesar de recém-chegado, tem se mostrado uma liderança na oposição fazendo uma série de apontamentos sobre a gestão JHC.
“Tem sido positiva, já tenho a experiência legislativa de ter sido deputado estadual e federal e sempre atuante. Estou cada dia mais motivado em trabalhar por Maceió e para os maceioenses”. Ele se considera independente, e por isso está à vontade. “Busco atuar pelo bem da cidade e do cidadão maceioense. Por isso tenho criticado a falta de transporte escolar e a necessidade de bom senso para rever a proibição de estacionar na orla de Ponta Verde”.
A experiência na Prefeitura de Maceió, segundo ele, traz vantagens nessa posição de adversário do executivo. “Meus dois mandatos como prefeito de Maceió ajudam a enxergar soluções para a cidade. Como disse, não sou oposição por oposição. Não fui oposição ao governo Dilma, quando era deputado federal e votei em projetos para melhorar a vida dos brasileiros. Porém, vou seguir cumprindo o meu papel, fiscalizando tanto a Prefeitura de Maceió quanto os atos da Mesa Diretora da Câmara”.
Silvânia Barbosa (Solidariedade) também já fez falas críticas na Casa Legislativa em relação à atuação do Departamento Municipal de Transporte e Trânsito (DMTT), chegando a ser convidada por Rui Palmeira a compor a oposição.

Parlamentares destacam que críticas são feitas com responsabilidade
O fortalecimento da oposição na Câmara de Maceió tem gerado confiança na vereadora Teca Nelma (PT), que avalia este cenário como positivo, mesmo com uma minoria de vereadores na Casa.
“Não somente acredito, como já fizemos. Diversas lutas do meu mandato na Câmara Municipal resultaram em melhorias concretas para a população. Por exemplo, fui a primeira vereadora a fazer uma denúncia ao Ministério Público contra a instalação de ácido sulfúrico no Porto de Maceió. A Prefeitura, até então, recuou. Fiz diversos remanejamento de emendas no orçamento municipal para contemplar áreas que considero prioritárias, como Assistência Social, Educação, Habitação e tantas outras. Então, sim. Óbvio que não é fácil lutar contra uma bancada enorme que o prefeito tem na Câmara Municipal, mas com o apoio da população a gente consegue vencer várias batalhas”, argumenta.
Apesar de a posição consolidada na oposição, ela garante que tenta avaliar os projetos com racionalidade. “Não sou oposição por oposição, mas não tenho amarras para votar todos os projetos de interesse da Prefeitura. Se a iniciativa for boa para a população, votarei a favor, caso não, votarei contra e farei a resistência que for possível”.
Mas em se tratando da gestão, ela elenca diversos problemas que vê e pretende utilizar o mandato para cobrar.
“Reparação às vítimas da Braskem, mobilidade urbana, educação e assistência social são os maiores problemas na atual gestão. Quanto às vítimas da Braskem, é inaceitável que a Prefeitura de Maceió não tenha se empenhado, até o momento, pela realocação e indenização das famílias que estão isoladas nos Flexais, no Bom Parto e adjacências. O que ocorre ali é uma grande falta de sensibilidade da gestão. Sobre a mobilidade urbana, Maceió foi muito afetada pelos desastres ambientais, sobretudo o crime da Braskem. Não ter planejamento de mobilidade urbana e a falta de atualização do Plano Diretor faz com que a cidade viva um caos diário”, destaca a parlamentar.
No entanto, alguns nomes não se identificam como oposição, mas tem feito, vez por outra, críticas à gestão municipal, como Allan Pierre (MDB).
O vereador já criticou as políticas de meio ambiente de Maceió, se posicionou ao lado das vítimas da Braskem nos Flexais, e tem levantado o debate sobre a venda da área do Hotel Jatiúca. Mas ele garante que é da bancada do prefeito. “Gostaria de deixar claro que mantenho um bom diálogo com o prefeito JHC. Tenho um mandato que nesses primeiros meses têm conseguido levar para a Câmara as pautas que são necessárias discutindo juntos uma solução. Sempre tive um bom diálogo com o prefeito, inclusive antes de ser vereador. Conversa aberta, respeitosa e propositiva. Sempre no campo das ideias e buscando o melhor para a nossa cidade”, declara.
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