Política

Teca pode ser decisiva na eleição do PT

Vereadora por Maceió já filiou 500 eleitores ao partido, mas ainda não decidiu se fica do lado de Paulão ou de Ronaldo Medeiros

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 19/02/2025 08h36
Teca pode ser decisiva na eleição do PT
Teca Nelma afirmou que já conseguiu mais de 500 filiações ao partido desde que entrou para a sigla - Foto: Edilson Omena

Com menos de um ano de filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT), a vereadora Teca Nelma desponta como uma das promessas de renovação de quadros eleitorais na legenda. Ainda se esquivando de escolher uma tendência, ou até mesmo um lado nas eleições internas que estão em curso, ela não apenas é das poucas que tem mandato, como tem sido incisiva na demonstração de força com filiação em massa e canal direto com a direção nacional do partido.

Em contato com a reportagem da Tribuna Independente, a assessoria de Teca Nelma informou que já conseguiu filiar, em Maceió, 500 novos eleitores ao PT. Com o partido passando por um processo de debates sobre a eleição interna, essa nova massa de petistas pode ser decisiva na queda de braço entre o grupo do deputado federal Paulão e o do deputado estadual Ronaldo Medeiros. Sobre esta situação, a vereadora ainda não escolheu um lado, nem pretende entrar na disputa.

“O nosso principal foco, neste momento, é fortalecer a união do Partido dos Trabalhadores, visando lançar candidaturas fortes para 2026. Ainda não há nenhuma aproximação definida entre os grupos, tudo está sendo construído com base no diálogo e no respeito. Por isso, também não vislumbro, neste momento, uma possível candidatura nossa para a direção do partido em Alagoas”, diz.

Historicamente, o PT se organiza através de tendências internas. Em Alagoas, atualmente, são sete delas em funcionamento. Mas o processo eleitoral está tensionado entre duas principais: a Construindo um Novo Brasil (CNB) e a Resistência Socialista.

Teca Nelma garante que não tem definição sobre isso, mas ressalta que seu compromisso é com a instância superior. “Tanto o Paulão quanto o Ronaldo, além de outros dirigentes políticos e sindicais do PT, estiveram presentes nos principais atos da minha campanha. Assumi compromisso com a presidente nacional, a deputada federal Gleisi Hofman, e também com o presidente Lula, de me integrar no esforço de renovação e fortalecimento do PT”, declarou. Vale ressaltar que Gleisi, assim como o presidente Lula, fazem parte da CNB, mesma tendência de Paulão.

A promessa é de que a definição sobre a tendência que fará parte deve vir em breve, após um evento nacional que vai participar neste final de semana no Rio de Janeiro, o aniversário de 45 anos do partido.

“Não existem somente essas duas tendências no PT de Alagoas. Estou focada, nesse momento, em filiar novas lideranças para fortalecer o partido. Acredito que tanto o deputado federal Paulão, e sua candidata a presidenta do PT, a sindicalista Dafne [Orion, presidente do Sindicato dos Urbanitários], como os que apoiam a candidatura do deputado estadual Ronaldo Medeiros, também queiram um PT forte. Para isso, precisamos de todos para ocupar em Alagoas o espaço político criado pela candidatura e o governo do Lula”, diz a vereadora.

Ela acredita que sua ligação com o partido tem trazido crescimento mútuo. “Antes de me filiar, a defesa de justiça e inclusão social me aproximavam do programa do PT. Por isso eu fui abraçada com muito carinho pela militância petista, o que refletiu na eleição. Quase dobrei meus votos. Acho que o resultado fez bem à imagem do PT”.

Por enquanto, mesmo tendo passado por uma rejeição inicial à sua filiação na direção local do partido, ela mantém a linha paz e amor.

“Nossos inimigos e adversários não estão dentro do partido. São os que agridem a democracia e tentaram um golpe de Estado. Sem um programa claro e atualizado, como vamos discutir alianças com outras forças democráticas? Para isso não podemos dispensar nenhuma liderança de esquerda ou progressista, sejam tradicionais ou renovadoras. Sei que a unidade surge do debate democrático, em torno de propostas. Mas também exige entendimentos, que vão além das personalidades. Um partido como o PT precisa estimular a alternância de poder, a formação e renovação de lideranças. Só assim teremos uma militância mais forte, que assuma com entusiasmo nossas propostas de justiça social”, finaliza a parlamentar.