Política
Bancada se mobiliza para não perder vaga
Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta quer acordo com STF para representatividade dos parlamentares federais

A possibilidade de redistribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados voltou a ser debatida após declaração do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a intenção de buscar um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para ampliar o número de parlamentares. O Supremo determinou que a composição da Câmara seja revisada com base no Censo de 2022, e o Congresso tem até 30 de junho para aprovar uma lei complementar sobre o tema.
Atualmente, a Câmara conta com 513 deputados. Pela proposta de Motta, esse número passaria para 527, evitando a perda de vagas nos estados que teriam redução de representatividade. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), sete estados perderiam cadeiras, incluindo Alagoas, que poderia ter uma vaga a menos. Em contrapartida, outros sete estados, como Santa Catarina e Pará, ganhariam novos assentos.
O jornal Tribuna Independente ouviu o deputado federal Paulão (PT), líder da bancada alagoana na Câmara, sobre os possíveis impactos da medida. Para ele, a discussão não é nova e já vem sendo debatida desde a gestão do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).
“Essa discussão está em pauta desde o ano passado, ainda sob a presidência de Lira e também no período em que Hugo Motta ainda era candidato e não tinha assumido. O ponto central é que os estados que perderiam vagas, como Alagoas e a Paraíba, estão articulados para evitar esse prejuízo”, afirmou.
Paulão destacou que, para haver consenso na Câmara e no Senado, a proposta não pode implicar aumento de despesas. “Se houver uma solução que não gere custos adicionais, acredito que poderá haver acordo. O ideal é que a representação atual seja mantida, evitando que estados percam assentos e tenham sua voz reduzida no Congresso”, avaliou.
Para o deputado, a discussão deve avançar até junho, respeitando o prazo estabelecido pelo STF. “O caminho a ser seguido é garantir que Alagoas mantenha suas nove cadeiras e que as decisões sejam tomadas com responsabilidade, sem comprometer o orçamento da Câmara”, acrescentou.
A proposta de Hugo Motta ainda precisa ser formalmente apresentada ao Congresso e negociada entre os parlamentares e o Senado. Enquanto isso, as bancadas dos estados impactados seguem mobilizadas para defender a manutenção de suas vagas.
O Diap detalhou as previsões sobre a redistribuição das cadeiras, mostrando que estados como o Rio de Janeiro podem perder até quatro assentos, enquanto Santa Catarina e Pará poderiam ganhar o mesmo número. Alagoas, segundo a projeção, perderia uma das nove cadeiras que atualmente possui na Câmara, o que pode afetar sua representatividade política em debates nacionais.
A questão também envolve um histórico de resistência por parte de estados afetados, que já se mobilizaram em outras ocasiões para impedir perdas. Paulão ressaltou que essa mobilização continua forte. “Os deputados desses estados estão articulados e unidos para garantir que essa redistribuição ocorra sem prejuízo. Ninguém quer perder representatividade”, disse.
A discussão sobre a reconfiguração das vagas na Câmara também pode influenciar futuras disputas eleitorais. Uma eventual redução no número de cadeiras pode impactar diretamente a forma como os partidos organizam suas estratégias para as eleições de 2026, redefinindo alianças e candidaturas nos estados afetados.
O debate sobre a representação proporcional é um tema sensível dentro do Congresso e tende a gerar divergências entre os estados que podem perder ou ganhar assentos. A proposta de aumento de vagas pode facilitar a aprovação da medida, mas ainda precisará de ampla negociação política para avançar no Legislativo.
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