Política
JHC tem maioria na Câmara e apoio de vereador do MDB
Dos 27 parlamentares, 23 estão fechados com gestor da capital; Rui Palmeira e Teca Nelma adotam tom crítico
O prefeito reeleito de Maceió, JHC (PL), inicia o seu segundo mandato com apoio expressivo no Legislativo municipal. Dos 27 vereadores eleitos, 23 integram a sua base de sustentação, garantindo uma maioria para aprovar projetos e implementar políticas públicas com menor resistência. Essa ampla coalizão reúne representantes de partidos como Partido Liberal (PL), Progressistas (PP), MDB, que em Alagoas é liderado pelo senador Renan Calheiros, Solidariedade, União Brasil e Podemos.
Neste contexto, demonstra que o gestor da capital foi cirúrgico em fortalecer e ampliar a sua base na Câmara de Vereadores.
Entre os parlamentares da base aliada estão Luciano Marinho (PL), o mais votado desta legislatura com 14.777 votos e Kelmann Vieira (MDB), que aderiu à situação após período de independência. Durante a cerimônia de posse o vereador reeleito afirmou sobre sua migração para a base de JHC. “Estou aqui para apoiar a gestão de JHC, contribuindo com o que for necessário para o crescimento de Maceió. Acredito que a cidade precisa de estabilidade, e minha decisão de integrar a base governista é com o intuito de fortalecer o trabalho que está sendo realizado pela atual administração”.
Na última sexta-feira (3), em contato com a reportagem da Tribuna Independente, Kelmann reiterou que está fechado com JHC, mesmo estando filiado ao MDB, que na eleição do ano passado teve como candidato opositor a JHC, o deputado federal Rafael Brito.
“Pela legislação eleitoral não poderei sair do MDB agora. Mas, como me posicionei serei base e estarei ao lado de JHC trabalhando por Maceió. Minha decisão de ir para a base do JHC passa pelo entendimento de que é junto da prefeitura que conseguirei colocar para adiante os anseios da população, sobretudo aqueles que confiaram o voto em mim. A prefeitura tem feito bastante e, juntos, seguiremos trabalhando ainda mais por uma Maceió melhor”, endossou.
Chico Filho (PL) foi o escolhido para presidir a Câmara no biênio 2025-2026. Outros nomes da base aliada de JHC incluem Fátima Santiago (MDB), Galba Netto (PL), e Silvânia Barbosa (Solidariedade), consolidando uma ampla diversidade partidária em torno do governo.
Também estão com JHC na Câmara: Leonardo Dias (PL), Marcelo Palmeira (PL), Eduardo Canuto (PL), David Empregos (União Brasil), Siderlane Mendonça (PL), Jeannyne Beltrão (PL), Olívia Tenório (PP), Thiago Prado (PP), e Samyr Malta (Podemos).
Apesar da maioria sólida, o novo mandato de JHC não está isento de desafios. A cientista política Luciana Santana avalia que, embora a base governista facilite a tramitação de projetos, ela também exige negociações contínuas. “Quando a gente olha esse número friamente, vê que o prefeito tem uma base de apoio muito forte, que em tese lhe garante um segundo mandato tranquilo. Mas, ao mesmo tempo, do ponto de vista mais substantivo, a gente pode também pensar nos custos de ter uma base tal qual ele tem hoje. Isso respinga muito no aumento, por exemplo, de cargos comissionados, significando que o custo dessa governabilidade não é tão baixo assim”, analisa.
E A OPOSIÇÃO?
Além dos custos políticos e administrativos, o prefeito enfrenta oposição e posicionamentos independentes na Câmara. O vereador Rui Palmeira (PSD), ex-prefeito de Maceió, deixou claro que seu papel será de fiscalização.
“Meu posicionamento será de fiscalizar, com independência, tanto o Poder Executivo quanto os atos da Mesa Diretora da Câmara, a mesma postura que tive quando fui deputado estadual e deputado federal. Estou motivado, pronto e preparado para fazer o meu trabalho na Câmara de Maceió, com coragem para lutar pela nossa cidade e por quem mais precisa”, afirmou Rui à Tribuna Independente.
Teca Nelma (PT), por sua vez, deve adotar uma postura crítica à gestão JHC, sem declarar oposição formal. Milton Ronalsa (PSB), que ainda estava decidindo seu alinhamento político, não anunciou até o momento se integrará a base governista ou se atuará de forma independente. Esse grupo de vereadores críticos ou neutros pode trazer debates importantes para o Legislativo municipal.
O posicionamento dos partidos também é diversificado. O MDB, apesar de ter representantes na base de JHC, não emitiu orientação oficial sobre a postura da legenda em relação ao Executivo. PT e PSB, que possuem histórico de oposição ao prefeito, também não declararam diretrizes claras para seus vereadores nesta legislatura, deixando maior liberdade para decisões individuais.
A configuração política atual reflete a capacidade de articulação de JHC, que conseguiu atrair apoio de parlamentares de diferentes siglas. No entanto, especialistas apontam que a manutenção dessa coalizão exige constante negociação e concessões. Para a cientista política Luciana Santana, “a governabilidade depende de uma relação dinâmica, onde os custos políticos podem se refletir diretamente na administração pública, tanto em termos de eficiência quanto de transparência”.
Com um cenário político que combina ampla maioria e desafios administrativos, o segundo mandato de JHC promete ser marcado por disputas pontuais e pela necessidade de equilibrar as demandas de aliados com a fiscalização de uma oposição crítica. Para a especialista, o prefeito terá a missão de aproveitar sua maioria na Câmara para consolidar políticas que atendam às demandas da população, sem comprometer os limites éticos e financeiros da gestão pública.
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