Política
Democracia contemporânea: resultado das eleições municipais sinalizam para articulações de 2026
Para cientistas políticos e economista, ainda é cedo para dizer qual melhor nome para o Governo de Alagoas
Nesta quarta-feira (30), foi realizada na Vice-governadoria de Alagoas a mesa redonda Resultado das Eleições Municipais em Alagoas e no Brasil – Democracia Contemporânea.
Os convidados foram os professores Cícero Péricles (economista e professor da Universidade Federal de Alagoas – Ufal), a cientista política Luciana Santana, Lorena Monteiro da Ufal e Joyce Martins da Unima Afya. O coordenador da mesa foi Emerson Oliveira.
O debate contou ainda com o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Alagoas (Sindjornal) Alexandre Lino e o vice-governador Ronaldo Lessa, que participou por videoconferência.
Para Luciana Santana, as eleições municipais falam muito sobre as articulações de disputas locais e sinalizam sobre a formação das chapas para as eleições para Assembleia Legislativa, Governo do Estado e presidência em 2026.
“Além disso já mostra o cenário também para a bancada federal dentro da Câmara dos Deputados. Então, a gente vê um fortalecimento do MDB nessa eleição, que provavelmente deve se repetir isso na Assembleia Legislativa, com a força do governador, de bastante destaque. E a gente tem o PP, que é a segunda força política do Estado, que, apesar de não ter feito muitas prefeituras, fez apenas 27, é o principal apoiador do prefeito de Maceió, onde houve uma votação bastante expressiva e isso não pode ser desconsiderado’’, comenta a cientista política.
Ainda conforme Santana, mesmo com os resultados não há como antecipar melhores nomes para a disputa do governo.
“Claro, não há nenhuma definição sobre nomes ainda para a disputa do governo e mesmo o Senado federal, que serão disputadas duas vagas. Então, a partir de agora, dessas eleições, é que a gente vai ter efetivamente as articulações dessas lideranças locais em conversa com os novos prefeitos - as bases que estão aí no território alagoano, para a gente ver, pelo menos daqui um ano, já uma definição mais clara de quem vão ser esses nomes que irão disputar a eleição em 2026", comentou Luciana Santana.
O economista e professor Cícero Péricles ressalta que um aspecto que chama muita atenção é a reeleição de metade dos prefeitos e a outra metade, que foi eleita sucede os antigos gestores.
“Houve uma diferença muito grande entre o vencedor e o segundo colocado, que revela um novo quadro dentro de cada um dos municípios. Um quadro de adesão, de aprovação da gestão municipal, que tem que pensar, ser estudado. Por quê? Porque um fenômeno desse não é comum na democracia, você repetir, de 102 prefeitos, você repetir 101. Praticamente 101. A equipe, pelo menos, as equipes de 101 municípios. E o que está acontecendo nas localidades? É a satisfação da sociedade com as prefeituras? É a intervenção federal que está influenciando? É que os partidos são tão fortes assim que fazem?”, questionou Cícero, acrescentando que o debate foi idealizado pensando justamente responder ou entender essas perguntas.
“Tem que saber que é intrigante um resultado como esse. É um resultado que chama atenção. Especialmente pela quase unanimidade da população em relação às outras propostas”, finalizou Péricles.
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