Política
Alagoas teve quase 100% dos prefeitos reeleitos
Dos 55 que concorreram à reeleição, apenas Elias Shallom, em Joaquim Gomes, não conseguiu renovar mandato
As eleições de 2024 foram marcadas por um fenômeno nacional de reeleições. De acordo com um estudo publicado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), foi a maior taxa de reeleição já registrada na história. O índice nacional de reeleitos foi 81%. Alagoas ficou acima da média, com 98% dos candidatos reeleitos, tendo derrota apenas em Joaquim Gomes, onde o prefeito Elias Shallom (PSB) da coligação com o PL, perdeu para Rita do Araçá (MDB).
Vereadora da oposição, Rita venceu a disputa com 55,6% dos votos. Ela já era apontada como favorita na cidade, de acordo com pesquisas. Shallom na verdade foi vice do prefeito Adriano Barros (PTB), que estava em seu segundo mandato e pediu afastamento em julho deste ano. A derrota, na avaliação de algumas pessoas da cidade, foi de Adriano, que passou por alguns embates, incluindo um pedido de impeachment na Câmara Municipal.
A CNM aponta que, historicamente, o percentual nacional de reeleição nas prefeituras sempre esteve em torno de 60%. Isso mudou apenas em 2016, que em meio à crise política e econômica, só obtiveram sucesso 49%. Quando se considera o total de candidatos eleitos e não somente os sujeitos a reeleição, o percentual de candidatos reeleitos é de 44%.
Estavam aptos a concorrer 58 dos atuais prefeitos alagoanos, já que os outros 44 já estão em segundo mandato. Desse total, 55 disputaram e 54 conseguiram se manter na cadeira pelos próximos 4 anos. Para além das reeleições, chamou a atenção o número de municípios com votações extremamente expressivas, alguns com mais de 80% dos votos, incluindo a capital.
Em Maceió, JHC (PL) venceu com mais de 83% dos votos em um cenário de ampla aprovação popular. Arapiraca, segundo maior colégio eleitoral do estado, Luciano Barbosa foi reeleito com 85%. Ambos chegam a ser apontados como potenciais nomes para a disputa do Governo Estadual em 2026. JHC não nega, nem confirma. Luciano Barbosa, por sua vez, chamou essa possibilidade de ficção política. Mas é um fato que teve outdoor em Maceió com a foto dele agradecendo os votos conquistados em sua cidade natal.
Se não contarmos os cinco municípios em que só houve uma candidatura, e por isso os vitoriosos contaram com 100% dos votos, o maior índice entre os eleitos ficou com o prefeito de Coruripe, em que Marcelo Beltrão (PP) alcançou 90,2% dos votos válidos. Mas Tenorinho Malta (PP) teve quase o mesmo índice em Inhapi, com 89,9%. Em Traipu, Lucas Santos (MDB) foi reeleito com 88,7%. Também passaram dos 80% a Ziane Costa (MDB) em Delmiro Gouveia, e Jaime do Mercado (MDB) de Palestina: ambos com 83%.
Na segunda maior cidade de Alagoas, Luciano Barbosa já foi prefeito em Arapiraca antes. Ele foi eleito em 2004 e reeleito em 2008. Depois se tornou vice-governador de Renan Filho em 2014, também conquistando a reeleição do cargo em 2018. Esse último mandato não foi concluído porque saiu para concorrer ao terceiro mandato na prefeitura de Arapiraca em 2020. Outra situação que passa do segundo mandato é a vitória de Lucila Toledo (MDB) em Cajueiro. Ela já havia sido prefeita em 2012, mas não conseguiu se reeleger em 2016. Voltou em 2020 e agora está reeleita.
O estudo da CNM mostra ainda, que 24% dos prefeitos eleitos em Alagoas são mulheres, e 52% são negros. Ambos ficam acima da média nacional, já que apenas 13% das prefeituras do país terão mulheres em 2025, e 34% serão ocupadas por pessoas negras. A média de idade por aqui é de 48 anos, só um pouco abaixo da nacional, que é 50 anos.
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