Política

Moradores dos Flexais recebem Rafael Brito e criticam obras da Braskem

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 21/08/2024 08h26
Moradores dos Flexais recebem Rafael Brito e criticam obras da Braskem
Comunidade do Flexal de Baixo não quer obras, mas realocação - Foto: Edilson Omena

Moradores da região dos Flexais receberam, na tarde de ontem (20/8), a visita do candidato Rafael Brito, que disputa a prefeitura de Maceió, pelo MDB. Na oportunidade, eles aproveitaram para criticar as obras de mobilidade urbana que a Braskem está realizando no bairro, em parceria com a Prefeitura de Maceió.

Segundo as lideranças do bairro, as obras estão provocando uma série de transtornos para a comunidade do Flexal de Baixo e do Flexal de Cima.

“Recebemos a visita do candidato Rafael Brito e aproveitamos a presença dele para reclamar da mineradora Braskem, que iniciou essas obras, na semana passada, quebrando o calçamento e as calçadas das casas, mas sem avisar a ninguém, sem dar uma explicação, causando vários problemas para os moradores do bairro”, relatou o comerciante Valdemir Alves, que é morador do Flexal de Cima e um dos integrantes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB).

A equipe de campanha de Rafael Brito ficou de estudar a situação e dar uma resposta aos moradores, quanto as providências que poderiam ser tomadas para tentar reverter aquela situação.

No entanto, de antemão, o candidato se solidarizou com os moradores e disse que o seu programa de governo, para a Prefeitura de Maceió, está sendo formulado, com a participação popular. Nesse sentido, em se tratando da área afetada pela mineração, as propostas serão elaboradas com a participação das vítimas.

Valdemir Alves disse ao candidato que a comunidade vem sofrendo um “verdadeiro massacre” patrocinado pela Braskem. “Desde a semana passada que a gente denunciou essas obras e até agora a Braskem não mandou ninguém aqui para dar uma explicação”, afirmou Alves.

“Nós, lideranças da comunidade, somos perseguidos e tratados como criminosos, vagabundos e humilhados pela mineradora, quando todo mundo sabe que quem cometeu esse crime, do afundamento do solo, foi a Braskem”, acrescentou.

De manhã logo cedo, um vídeo produzido por lideranças dos Flexais circulava nas mídias sociais, mostrando máquinas pesadas trabalhando nas ruas do bairro e denunciando os transtornos causados pelas obras da Braskem. No vídeo, o denunciante pede a interferência dos órgãos de fiscalização e controle, principalmente do Ministério Público Federal (MPF). Além de clamar por Justiça, os moradores apelam à Força Tarefa que dê um basta à prepotência da Braskem.

“Procuradoras [do MPF] vocês são responsáveis pela fiscalização do crime da Braskem, que é o inferno dos Flexais, por favor tomem as providências”, apelou o denunciante, lembrando os acordos celebrados com a participação do Ministério Público Federal. O vídeo, que tem como título “Empresa Braskem aterroriza a vida da comunidade dos Flexais, é encerrado, com o denunciando mostrando uma faixa na fechada de uma casa do bairro, com a frase: “Flexal de luto, Braskem criminosa, Justiça se cala e o Povo chora!”.

OUTRO LADO

A reportagem da Tribuna Independente procurou ouvir a Braskem, por meio da sua assessoria de comunicação, sobre a denúncia feita pelos moradores dos Flexais, mas não recebeu retornou, até o final da tarde. A prefeitura de Maceió também foi procurada, através da sua assessoria de imprensa, para se posicionar a respeito, mas também não se manifestou. No entanto, o espaço continua facultado, tanto para a Braskem como para a prefeitura, para as explicações devidas e pertinentes.