Política
Rafael Brito amplia alianças políticas
Depois de confirmada a sua candidatura a prefeito de Maceió, o deputado federal Rafael Brito (MDB) tem se articulado para conquistar apoios importantes. No âmbito estadual, ele já tem a chancela do governador Paulo Dantas (MDB), dos senadores Renan Calheiros, que preside o MDB em Alagoas, do senador Fernando Farias, do ministro dos Transportes, Renan Filho, bem como do presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), deputado Marcelo Victor.
No entanto, neste primeiro momento de pré-campanha, o parlamentar tem apostado nas relações nacionais que tem construído em Brasília, principalmente na órbita do governo do Partido dos Trabalhadores (PT).
No último final de semana, Rafael Brito garantiu a imagem do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva para a sua campanha. Em reunião com o presidente, o deputado federal reforçou o seu posicionamento ao lado de uma pauta mais progressista e ressaltou os projetos que implantou em Alagoas e que já conseguiu tornar políticas nacionais através do governo atual. Na semana passada, o candidato havia confirmado à reportagem da Tribuna Independente que iria se reunir com Lula para tratar da campanha na capital alagoana.
“Recebi o apoio do presidente Lula e aproveitei para conversarmos um pouco sobre Maceió e as soluções para os grandes problemas da nossa cidade. Muito feliz com essa grande aliança que se formou para que a gente possa construir oportunidades iguais para todos. Será uma honra estar ao lado do presidente Lula, do ministro Renan Filho e do governador Paulo Dantas nessa campanha”, afirmou, relembrando a importância da criação do Pé-de-Meia na transferência de renda para os estudantes.
Ainda nas tratativas, Rafael Brito recebeu o apoio da vice-presidente do PCdoB e deputada federal Jandira Feghali que posou na foto com deputado e elogiou a atuação do colega na Câmara Federal. “Rafael teve participação em diversos debates, atuando como mediador e nunca deixou de defender a posição do governo Lula. Ele sabe o que é importante para o desenvolvimento do país e com a mais absoluta certeza, sabe o que é o melhor para Maceió. Os relatos que ouvi mostram claramente que essa cidade é gerida exclusivamente para a propaganda, mas que por debaixo dos panos vemos mais desigualdade, má administração e falta de compromisso com o povo”, afirmou a parlamentar na semana passada.
Considerando o título de que o eleitor em Maceió tem um perfil mais conservador de direita, que apesar de vencer em Alagoas os presidentes do PT quase nunca ganham as eleições em Maceió, pode ser arriscada a aposta na polarização quase nacionalizada da campanha municipal em Maceió.
Por outro lado, a diferença não é tão grande assim. Em 2022, no segundo turno, Bolsonaro obteve 57,18% dos votos dos maceioenses, contra 42,82% de Lula. Caso consiga a simpatia do eleitor que rejeita Bolsonaro, Brito pode conseguir crescer significativamente na campanha, e até arrancar um segundo turno, que até agora ainda parece improvável.
A cientista política Luciana Santana, acredita que a campanha do emedebista não deve ter prejuízos com essa associação à esquerda.
“Não acho que isso vá fazer com que perca espaço, acho que isso não. Acho que vai encontrar ali um nicho também, porque tem um nicho ali de pessoas que não estão nesse espectro mais conservador e que gostariam de ter uma outra opção”. Ela cita a história e acredita nesse potencial. “Mesmo sendo uma capital mais conservadora, no âmbito municipal a gente tem aí outras variáveis que contam bastante. Tanto que a gente já teve em outros momentos prefeitos mais progressistas, vide os casos do Ronaldo Lessa (PDT) e da Kátia Born (PDT). Então acredito que a gente pode ter uma eleição mais animada do que seria se a gente não tivesse ali um nome da oposição e tivesse apoiadores de peso”.
Com o cenário atual, Luciana Santana entende que tudo depende da campanha, e a oposição encabeçada por Rafael pode sim ter chances. “É uma tendência natural que ele já está se consolidando como o principal nome da oposição ao prefeito JHC. Então, é natural que esse grupo da oposição, ele seja ampliado até o início da campanha e isso pode ser que ele venha a ser um quadro competitivo. Vai depender, claro, também das estratégias de campanha, dos pontos que vão ser abordados, da forma como essa oposição vai se dar, enfim, em todo conjunto do processo eleitoral”.
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