A visita da última segunda-feira (27) ao Hospital do Coração, futuro Hospital da Cidade comprado pela Prefeitura de Maceió por mais de R$ 266 milhões, com recursos de indenização pagos pela empresa Braskem, não deixou os vereadores da oposição satisfeitos. Foi preciso uma liminar de justiça e um mês de espera para acessar todas as instalações dos dois prédios, e mesmo com tudo isso, a conclusão do vereador Joãozinho (PSD) é de que o segundo prédio visitado continua sem equipamento ou estrutura para se tornar um hospital de referência na capital alagoana.

Inicialmente ainda não há planos de entrar com ações na justiça, mas o próximo passo, relata o vereador em contato com a reportagem da Tribuna Independente, é colher mais documentações.

“No momento, não acionaremos a justiça. Vamos aguardar o prazo de conclusão da transição do hospital, para posteriormente pedirmos algumas informações e documentações tanto da Prefeitura de Maceió quanto dos antigos proprietários do Hospital para verificar de perto como todo o processo envolvendo a aquisição desse equipamento ocorreu”, destacou o vereador.

Para Zé Márcio Filho (MDB), que esteve no local junto com Joãozinho anteriormente, a situação do contrato está com muitas lacunas. Ele questiona se o que vai funcionar é um hospital 100% público ou como fica a relação com os serviços privados. “Na minha concepção, a partir do momento que o município comprou o hospital, ele passaria a ser público. Hoje ele funciona privado junto com o público, ninguém sabe o que é público e o que é privado”.

De acordo com o coordenador da equipe de transição do Hospital do Coração, Claydson Moura, a previsão é de que a prefeitura assuma o hospital até o final de março, mas que ainda esse ano comece a ter procedimentos pelo SUS. “Já estamos fazendo os primeiros atendimentos ainda em forma de ajustes, porque é um hospital focado somente em cardiologia, e a partir de agora é o hospital focado no Hospital Geral com mastologia, pediatria, urologia com cirurgia geral de toda a natureza e isso é muito importante que seja feito com muito cuidado, com muito zelo, com muito cuidado Clínico para que a gente verdadeiramente transforme isso aqui no hospital de excelência ele possa replicar esse modelo de gestão e toda nossa rede Municipal”.

Uma iniciativa da bancada de oposição, a visita quando aconteceu foi acompanhada por vários membros da bancada governista e de representantes da gestão municipal.

Na ocasião da visita, Moura, defendeu que era preciso agendar a visita para evitar infecções ou problemas com pacientes que estão no local. No entanto o prédio que eles conseguiram entrar na primeira visita foi justamente o que estava em funcionamento. O segundo prédio não possui sequer mobília.

Enquanto as documentações ainda não são solicitadas à Prefeitura de Maceió aos antigos proprietários do Hospital do Coração, a compra do equipamento continua sendo tratado com intenso debate na Câmara de Vereadores, por exemplo. Naturalmente, os vereadores que integram a bancada de oposição ao prefeito JHC (PL), Joãozinho, Zé Márcio Filho e Kelmann Vieira (MDB), estão cobrando da gestão uma série de informações.

Os vereadores têm batido na tecla de que a compra do hospital está repleta de vícios e criticam a forma como os recursos de indenização da Braskem estão sendo aplicados pela administração JHC.