Política

Vereadores vão a cemitérios propor soluções para superlotação

Câmara estuda Projeto de Lei do prefeito JHC que prevê unidade vertical como saída à falta de covas para sepultamentos

Por Emanuelle Vanderlei / Colaboradora com Tribuna Independente 28/09/2023 08h32
Vereadores vão a cemitérios propor soluções para superlotação
Vereadores de Maceió visitam o Cemitério de São José e constatam a falta de espaço para sepultamentos - Foto: Edilson Omena

A realidade dos cemitérios públicos de Alagoas está na pauta da Câmara Municipal de Maceió. Com uma comissão trabalhando no tema, vereadores têm discutido soluções para os apelos que tem recebido frequentemente da população. Na tarde de ontem os parlamentares visitaram algumas unidades junto com diretor presidente da Autarquia de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alurb) e o responsável pela administração de todos os cemitérios vai acompanhar essa comissão para conhecer de perto o cenário atual.

A presidente da comissão, vereadora Silvânia Barbosa, faz questão de frisar que essa é uma questão antiga, mas que vislumbra soluções na gestão atual. “A situação não é uma coisa nova, não é um problema de gestão, isso já vem sendo discutido há muito tempo. Então a gente está aqui para ver de perto a situação, porque existe um PL [Projeto de Lei] que a prefeitura se propõe a apresentar na Câmara de um cemitério vertical que hoje seria a solução”.

Segundo ela, a ideia é a que o trabalho da Câmara contribua para atender a necessidade da população. “Estamos fazendo visitas para que a gente possa conhecer realmente e fazer um relatório bem adequado do que a gente tá encontrando, que é urgente isso na cidade de Maceió. Acho que a gente tem que fazer uma avaliação de um novo cemitério para cidade de Maceió. Com a pandemia isso se complicou ainda mais a situação da superlotação, os cemitérios estão tentando se adequar à realidade hoje, mas não é o suficiente”.

Além de Silvânia, também estiveram na visita os vereadores Rodolfo Barros, Cau Moreira, Fábio Rogério, Siderlane e Pastor Oliveira. O grupo está se organizando para ir a São Paulo. “A gente está indo para uma cidade no interior de São Paulo conhecer um cemitério vertical público, e lá também já existe um crematório público. Não que a gente vá realizar, mas já de a gente conseguir a prefeitura construir um cemitério vertical público, vai dar uma resposta muito grande para a sociedade e com certeza o prefeito tem interesse e urgência em resolver essa questão”, disse Barbosa.

Já vinha conversando com o secretário e outros envolvidos, e a gente já sabe a realidade de Maceió, porque sempre as pessoas nos procuram. Culturalmente, as pessoas só querem enterrar as pessoas próximo a sua casa.

COLAPSO

Moacir Teófilo, diretor presidente da Alurb, explica que não há carência de vagas, mas que há uma preocupação em evitar que faltem vagas em breve. “Maceió possui 7 cemitérios, e um cemitério memorial que por conta do afundamento dos bairros não está sendo utilizado. Não tem déficit.

Temos 240 sepultamentos por mês e, durante esse período, quando tem essas solicitações a prefeitura disponibiliza vaga ao familiar que solicitou. Mas tendo em vista essa quantidade de cemitérios o prefeito JHC está fazendo um trabalho de ampliação, o cemitério São Luiz já está em fase de finalização a desapropriação para ampliação do cemitério que vai gerar novas vagas em Maceió”.

De imediato, devem surgir vagas de exumações que enviam restos para ossuários. “Durante o período do Covid foram feitos vários sepultamentos, mas há o período de 3 anos para fazer exumação e até o final de 2023 teremos aproximadamente mais mil vagas, e só com essa questão do COVID teremos 2.600 vagas, isso supre a demanda de Maceió, mas o prefeito pensando em dar mais qualidade para as famílias nesse momento difícil está ampliando o Cemitério São Luiz e estudando formas de otimizar esse serviço”, completa Teófilo.

O coordenador dos cemitérios, Tarcísio Palmeira, explica essa questão da exumação utilizando como exemplo o São José. “Aqui o cemitério funciona com sistema de rotatividade porque não tem mais área para crescer, do lado tem supermercado, do outro lado bombeiro, então é dessa forma que funciona, exuma para dar lugar a outras pessoas que vão vir ocupar espaço”.

Segundo ele, a ideia é que todas as pessoas que estão na rua principal do cemitério, ocupada de forma emergencial na pandemia da Covid, completem o prazo e sejam retiradas com o passar do tempo. “O projeto nosso é tirar todas as pessoas que foram sepultadas aqui e refazer essa rua. Agora as ruas laterais o projeto é fazer uma passarela onde as pessoas possam ter acesso às outras áreas sem a desorganização e tentando voltar o cemitério ao seu estado normal”.

Palmeira reforça que há vagas. “Desde que assumi nunca deixei ninguém sem enterrar de um dia pro outro ou coisa do tipo, todo mundo foi atendido”.