Política

PT prepara chapa LGBTQIA+ para 2024

Janaína Oliveira, secretária nacional do partido, visita Alagoas e participa de plenária setorial na sede da legenda em Maceió

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 20/09/2023 07h56 - Atualizado em 20/09/2023 14h27
PT prepara chapa LGBTQIA+ para 2024
Janaína Oliveira, a secretária nacional LGBTQIA+ do Partido dos Trabalhadores, participou de plenária em Maceió sobre a questão de gênero - Foto: Cortesia / Ascom PT

A política identitária tem sido um trunfo utilizado pelos partidos de esquerda na corrida eleitoral. Nos preparativos para 2024, o Partido dos Trabalhadores leva aos estados o debate com o público LGBTQIAPN+ e busca sair com muitas candidaturas às prefeituras e câmaras municipais. Alagoas recebeu essa semana a secretária nacional LGBT do PT, Janaína Oliveira.

“Eu acredito que um diferencial importante que o Partido dos Trabalhadores tem na sua linha geral é que a candidaturas LGBTQIA+ recebem financiamento. A secretaria tem acesso ao fundo eleitoral, mesmo não tendo nenhuma previsão por lei”, disse ela.

Apresentando resultados eleitorais importantes, Janaína os associa ao trabalho com as minorias políticas. “Em 2020 o PT foi o partido que mais elegeu vereadores e vereadoras pelo país, e a gente quer obviamente dobrar o número. Mas ao mesmo tempo também incentivar que outros partidos tenham o PT como uma experiência positiva, para discutir dentro dos seus partidos ou federações também investimento nessas candidaturas. Então a gente vem, de alguma forma, contribuindo também com esse debate em outros espaços”.

Segundo a presidente, o partido tem tido resultado pelo país porque para além do discurso investe dinheiro. “Além do debate político, há também um investimento eleitoral financeiro dessas candidaturas. Então temos a estratégia para 2024 aumentar a participação desses segmentos dentro das bancadas pelas câmaras municipais do país e nas disputas majoritárias em uma participação também expressiva”.

Em Alagoas ela vê potencial para muitas candidaturas, e deu início essa semana a um extenso cronograma para viabilizar. “A gente já tem feito o registro de quem são os quadros políticos quem tem colocado o nome à disposição, como a Federação se encontra naquele município e qual é o debate central que tem lá. A gente quer até dezembro tenha uma lista já de prioridade de candidaturas do partido dos trabalhadores LGBTQIA+ para as eleições 2024”.

Uma das tarefas dessa visita a Alagoas, segundo ela, é emplacar a candidatura do presidente do PT Maceió, Marcelo Nascimento (PT).

“Provocar aqui o nosso presidente Municipal quem sabe a 2024 também estar à disposição aqui. A gente gostaria muito que o Marcelo fosse, tenho a tarefa aqui também inclusive de convencer. A gente sempre tem buscado primeiro construir as candidaturas majoritárias. Mas se não for possível e ele avaliar que o PT tem uma outra construção, pode achar possível colocar o nome à disposição para vereador também. Mas para nós o nosso Presidente está pronto tanto como majoritária quanto proporcional”.

Além da corrida eleitoral, o partido tem voltado as atenções ao cenário político do país. O casamento homoafetivo é uma pauta que está sendo ameaçada. “A gente tem debatido muito como esses projetos anti-LGBTQIA+ têm sido utilizados. Além de serem inconstitucionais, têm sido utilizados para promover o estímulo do discurso de ódio. Hoje a gente tem uma comissão da previdência da Câmara [Federal] que vai fazer um debate sobre o casamento LGBTQIA+. Inicialmente o projeto tinha como ideia fazer a conversão da união estável para casamento civil de forma mais rápida no país. Obviamente o relator aproveitou o momento para, ao invés de debater que incluam facilitem as pessoas reconhecerem suas relações utilizou para criar um anteprojeto do reconhecimento do casamento civil da população LGBTQIA+.”

Na avaliação da petista, há grupos usando a guerra contra essa comunidade como estratégia para ter visibilidade. “Esses setores já tem feito a vida da população de LGBTQIA+ como uma bandeira que eles têm que utilizar para se auto promover. Então isso tem nos preocupado como essas casas [legislativas] têm atuado sobre os interesses do Povo. Nós somos o único segmento social, depois do golpe depois do governo fascista, que teve 100% da política extinta”.