Política

Operação Pipa é retomada em 15 cidades alagoanas

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 06/04/2023 08h55 - Atualizado em 06/04/2023 15h54
Operação Pipa é retomada em 15 cidades alagoanas
Iniciativa do Governo Federal está retornando de forma gradativa e Santana do Ipanema e Traipu já recebem água própria ao consumo - Foto: Divulgação

Após cinco meses sem receber água potável, municípios alagoanos que tiveram a Operação Carro-Pipa cancelada no final do governo de Jair Bolsonaro (PL), já voltaram a ser bastecidas. A informação foi confirmada pela Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), à reportagem da Tribuna Independente. Os municípios de Santana do Ipanema, no Sertão e Traipu, no Agreste, já estão recebendo água própria para o consumo humano.

O presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley (MDB), destaca que ainda estão pendentes, junto ao Governo Federal, algumas questões burocráticas, mas que estão em passo de resolução.
“Existem ainda questões burocráticas para serem resolvidas e em breve as outras cidades afetadas pela falta de água serão abastecidas pelos carros-pipa. O Exército [responsável pela ação] deve começar a fazer a vistoria nos outros municípios que estão aptos a fazer a licitação dos pipeiros e a distribuição de água deve iniciar em maio”, explicou presidente da AMA, que também é gestor do município de Cacimbinhas.

De acordo com a entidade municipalista, as 13 cidades que estão aptas para voltar a contar com a Operação Carro-Pipa são Água Branca, Belo Monte, Canapi, Carneiros, Dois Riachos, Jaramataia, Major Izidoro, Monteirópolis, Ouro Branco, Palestina, Pão de Açúcar, Piranhas e Poço das Trincheiras.

A Operação Carro-Pipa é realizada pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional em parceria com o Exército Brasileiro. Em Alagoas, até ano passado, o programa fornecia água potável para 138 mil pessoas em 37 municípios.

As gestões municipais criaram uma expectativa de retomada da Operação Carro-Pipa quando o governo Paulo Dantas (MDB), decretou situação de emergência em 24 cidades alagoanas no último dia 10 de março. No entanto, os avanços foram mínimos.

Segundo o decreto estadual, enquadram na situação de emergência os seguintes municípios: Água Branca, Batalha, Belo Monte, Canapi, Carneiros, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Izidoro, Maravilha, Monteirópolis, Olho d’Água das Flores, Olho d’Água do Casado, Olivença, Palestina, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras, São José da Tapera, Santana do Ipanema e Senador Rui Palmeira. O decreto de emergência foi publicado no Diário Oficial do Estado e é válido pelo período de seis meses (180 dias).

A decisão do governo estadual foi tomada devido a nível das precipitações pluviométricas nos municípios do semiárido Alagoano se encontrar níveis inferiores aos da normal climatológica. O que acarreta numa queda intensificada das reservas hídricas de superfície provocada pela má distribuição pluviométrica na região.

Em fevereiro deste ano, o deputado federal Paulão (PT), disse à Tribuna que a população das cidades afetadas está há meses consumindo água de barreiros, sem qualquer tratamento, portanto, um risco permanente à saúde das pessoas. O deputado classificou a situação como um descaso criminoso do governo passado. “Vimos nessa inação o desrespeito da gestão Bolsonaro contra o povo nordestino de forma triste e cruel”, apontou o parlamentar.