Política
Operação Pipa está há 5 meses sem solução em Alagoas
Herança do governo Bolsonaro que cortou recursos, ação federal nos municípios do Semiárido também não avança com Lula

Em Alagoas, aproximadamente 37 municípios localizados nas regiões Agreste e Sertão estão há quase cinco meses sem o apoio da Operação Pipa, ação do Governo Federal para levar água às famílias que ainda não contam com este recurso de forma contínua. Em novembro do ano passado, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), a operação ficou sem verba. Em janeiro, já no governo Lula (PT), até o fim do mês de março, pouco se avançou para resolver o problema que afeta mais de 150 mil pessoas, de acordo com dados já divulgados pela Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), com base nos levantamentos das Defesas Civil.
Para tentar chegar a uma solução, as prefeituras alagoanas acionaram deputados federais da bancada alagoana. Foram feitas reuniões na AMA e houve entendimento para que a Operação Pipa se tornasse um programa permanente e não uma ação que sempre ao final do ano, o recurso é cortado e as famílias arcam com os prejuízos sociais e econômicos.
Para se ter ideia da importância da Operação Pipa, em Alagoas são 150 mil pessoas atendidas, 190 pipeiros, 132 cisternas cadastradas e quatro mananciais. No ano passado, a ação que leva água aos municípios do semiárido recebeu aporte de pouco mais de R$ 30 milhões. O problema, segundo o Exército Brasileiro, responsável pelo desenvolvimento da iniciativa, atinge 1,6 milhão de pessoas em oito estados nordestinos ficaram com o abastecimento de água prejudicado.
Ainda no final do ano passado, o corte no financiamento da Operação Pipa no governo Bolsonaro foi visto como uma retaliação do então presidente por ter perdido as eleições, sobretudo nos estados do Nordeste.
À ESPERA
Ainda este ano, as gestões municipais criaram uma expectativa de retomada da Operação Pipa quando o governo Paulo Dantas (MDB), decretou situação de emergência em 24 cidades alagoanas no último dia 10 de março. No entanto, os avanços foram mínimos.
Segundo o decreto estadual, enquadram na situação de emergência os seguintes municípios: Água Branca, Batalha, Belo Monte, Canapi, Carneiros, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Izidoro, Maravilha, Monteirópolis, Olho d’Água das Flores, Olho d’Água do Casado, Olivença, Palestina, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras, São José da Tapera, Santana do Ipanema e Senador Rui Palmeira. O decreto de emergência foi publicado no Diário Oficial do Estado e é válido pelo período de seis meses (180 dias).
A decisão do governo estadual foi tomada devido a nível das precipitações pluviométricas nos municípios do semiárido Alagoano se encontrar níveis inferiores aos da normal climatológica. O que acarreta numa queda intensificada das reservas hídricas de superfície provocada pela má distribuição pluviométrica na região.
À reportagem da Tribuna Independente foi informada que uma nova reunião está sendo articulada pela Associação dos Municípios Alagoanos com Governo Federal para fazer novos alertas acerca da paralisação da Operação Pipa.
Será mais uma tentativa de mostrar ao governo que os prejuízos somente aumentam. Vale lembrar que em 9 de março, o ministro do Desenvolvimento e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, anunciou ao presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley (MDB) que a Operação Carro Pipa estava com o retorno garantido. Até o fechamento desta edição, não havia sinalização de retomada da ação federal.
Em fevereiro deste ano, o deputado federal Paulão (PT), disse à Tribuna Independente que a população está há meses consumindo água de barreiros, sem qualquer tratamento, portanto, um risco permanente à saúde das pessoas. O deputado classificou a situação como um descaso criminoso do governo passado. “Vimos nessa inação o desrespeito da gestão Bolsonaro contra o povo nordestino de forma triste e cruel”, apontou o parlamentar.
À época, Paulão informou que iria solicitar uma reunião com o Ministério do Desenvolvimento Social e a Agência Reguladora das Águas (ANA) para discutir a retomada da Operação Carro-Pipa. A Tribuna tentou contato com o deputado para questionar sobre os avanços do governo federal com relação ao abastecimento das cidades afetadas, mas até o fechamento dessa edição, não houve retorno.
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