Política

MDB cresce e PP de Lira e PL de JHC encolhem

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 08/02/2023 10h06 - Atualizado em 08/02/2023 10h14
MDB cresce e PP de Lira e PL de JHC encolhem
Renan Calheiros já assinou a ficha de mais da metade dos prefeitos e aperta partidos como PP e PL - Foto: Reprodução/Internet

Com 61 prefeitos filiados, o MDB, presidido em Alagoas pelo senador Renan Calheiros, começa o ano fortalecido com vistas às eleições municipais de 2024. Nos municípios alagoanos, a legenda avança enquanto o Partido Progressista (PP), do presidente da Câmara, Arthur Lira e o Partido Liberal (PL), do prefeito de Maceió, JHC, encolhem. Somente em 2023, 12 gestores municipais deixaram seus antigos partidos e migraram para o MDB.

Politicamente, esse movimento de filiações é visto como sobrevivência eleitoral, avalia a cientista política e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luciana Santana. Também pesa para os prefeitos que agora estão no MDB o fortalecimento da legenda em Alagoas. O partido tem o governador Paulo Dantas, o senador Renan Calheiros, o ministro dos Transportes, Renan Filho, a maior bancada da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), e dois deputados federais.

Ou seja, para os prefeitos, é muito mais fácil viabilizar recursos com essa densidade de poder que o MDB conta atualmente em Alagoas.

Em contato com a reportagem da Tribuna Independente, Luciana Santana ressaltou ainda que a migração dos prefeitos para o MDB não representa um enfraquecimento eleitoral do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), já que parte do eleitorado de Alagoas e da capital é conservador.

“O bolsonarismo segue forte e continua de forma individual em vários políticos de direita, independentemente de partido. É um fenômeno complexo ainda, mas fica claro que não acabou e está bem enraizado. Sabemos como a cultura política das elites políticas em Alagoas ainda é muito conservadora”, opina Santana.

COMO FICA A SITUAÇÃO

Apenas a capital de Alagoas possui prefeito filiado ao PL ex-presidente Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL). Dos três eleitos no interior do estado em 2020, dois já haviam se filiado ao MDB há duas semanas: Jó, da cidade de Olivença, e Marcela Gomes, de Novo Lino. Na última segunda-feira (6), Mailson Bulhões, de Monteirópolis, também entrou para o partido de Renan Calheiros.

O Podemos perdeu também nessa segunda-feira a única prefeitura que tinha em Alagoas, Lucila Toledo de Cajueiro, que deixou a legenda para também se filiar ao MDB. A articulação contou, além do senador e do governador Paulo Dantas, com a participação de seu filho, o deputado estadual Bruno Toledo (MDB-AL).

Na segunda-feira (23/01) oito novos prefeitos se filiaram ao MDB. Na terça-feira (24/01), dois novos prefeitos: Celino, de Anadia e Geraldo, de Taquarana.

A maiores baixas até agora foram registradas no PP, de Arthur Lira, e no PL. Os partidos “perderam” três prefeitos cada para o MDB. Do PP, Celino Rocha, de Anadia, Theobaldo Cintra, de Major Isidoro e Zé Luiz, de Olho d’Água das Flores. Do PL, Jó (Olivença), Marcela Gomes (Novo Lino) e Mailson Bulhões (Monteirópolis).

Com a ida de Ceci Rocha (Atalaia) para o MDB, o PSC, que também elegeu três prefeitos no Estado em 2020, ficou sem representação nas prefeituras do estado. Os outros dois, Renato Filho (Pilar) e Flávio Lira (Feira Grande), se filiaram respectivamente ao MDB e PP no ano passado. Já o Cidadania perdeu o único prefeito que tinha em Alagoas, Geraldo Cícero, de Taquarana. Os outros dois prefeitos que se filiaram ao MDB foram eleitos pelo PTB e estavam no Republicanos: Leandro Silva (Junqueiro) e Erivaldo Mandú (Mata Grande).

A reportagem da Tribuna quis repercutir a redução de filiados nos partidos PP e PL, mas não conseguiu êxito com as legendas que atualmente são comandadas por Arthur Lira e o prefeito de Maceió, JHC.