Política

MPT/AL vai apurar coação eleitoral de empresária

Por Editoria de Política com Tribuna Independente 05/10/2022 06h40
MPT/AL vai apurar coação eleitoral de empresária
Natália Guimarães coagiu funcionária para votar em Bolsonaro - Foto: Reprodução

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas instaurou procedimento, na manhã desta terça-feira (4), para apurar a coação de voto feita pela empresária e influencer Natália Monteiro Guimarães, proprietária da Closet Fox Brasil. Ela publicou um vídeo em seu perfil no Instagram em que coage funcionários a votar em Jair Bolsonaro (PL).

No vídeo, que logo viralizou nas redes sociais, a dona da loja de roupas questiona sua funcionária se ela votará em Lula (PT) e se a resposta for positiva, a mesa seria demitida.
“Eu te demito, eu dou suas contas. Se eu souber que você votou no Lula, vou colocar você para fora. Aqui é boca de urna!”, ameaça a dona da loja de roupas, que apagou o vídeo após a repercussão negativa.

“Não tem vergonha de coagir funcionários e ainda posta no story”, questionou uma internauta.

Já outro internauta se ofereceu para advogar sem custos para os funcionários caso eles quisessem entrar com uma ação trabalhista.

Segundo a assessoria de comunicação do MPT em Alagoas, o órgão “abriu procedimento na manhã de hoje, 4, para apurar a denúncia de coação eleitoral sofrida pelos trabalhadores. A “Notícia de fato” referente à denúncia está registrada com o nº 001474.2022.19.000/7. O procedimento será distribuído a um procurador do MPT, que adotará as medidas cabíveis sobre o assunto”.

A reportagem da Tribuna contatou Natália Monteiro Guimarães, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.

CRIME ELEITORAL

Coação ou assédio para influenciar o voto podem ser enquadrados no Artigo 301 da Lei 4.737/65, conhecida como Código Eleitoral.

Diz o item legal que “usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos”, cuja pena é de “reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa”.

Outros casos semelhantes ocorreram pelo país.

PÓS-EDIÇÃO

Após o fechamento da edição desta quarta-feira (5) do jornal Tribuna Independente, Natália Monteiro Guimarães publicou um vídeo em suas redes sociais no qual afirma que tudo não passou de "brincadeira" e que se arrenpedeu ter feito o que fez.