Política
"Estive com Dilma falando coisa errada", diz Joesley Batista à revista
Empresário contou que não gravou petista e afirmou que teme pela vida

O empresário Joesley Batista, dono da JBS, voltou a falar sobre a rotina do pagamento de propinas que a empresa dele fazia a políticos. Em entrevista à revista Veja deste sábado (2), Joesley afirmou que esteve com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) "falando de coisa errada".
— Eu tinha noção total de que aquilo estava errado. Só que, por outro lado, eu estava lá com o presidente da Câmara. No Ministério da Fazenda, eu não tratava com o Guido Mantega, e sim com o ministro da Fazenda, e ele estava lá comigo tratando coisa errada. Repito: estive no palácio com a Dilma, na mesa redonda dela. Não foi com a Dilma, foi com a presidente da República. Falando de coisa errada.
Em outro trecho da entrevista, o empresário retorna ao assunto e confirma que falou sobre propina com a ex-presidente petista. "Pô, falei de propina com a presidente na sala da Presidência".
O empresário afirmou ainda que, por ser um empresário de destaque, se encontrava com o alto escalão do governo e, nessas reuniões, se falava em "ajuda" e "propina" — ele diz que não usava a palavra "propina" para tratar do assunto, termo "aprendeu agora, no Ministério Público".
Joesley disse que, mais de uma vez, pousou em um heliporto em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, "como uma mala de dinheiro para entregar não ao Eduardo Cunha, mas ao presidente da Câmra dos Deputados, que estava lá com seguranças, num carro oficial...". Questionado quanto chegou a entregar, disse: "coisa de 1 milhão, não passava disso".
Atualmente, o empresário diz que raramente sai de casa e que tem medo de morrer por ter decidido revelar o esquema de corrupção.
O dono da JBS também confirmou que não pairam dúvidas sobre o conteúdo e a intenção revelados na gravação oculta que fez da conversa reservada com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu. Segundo Joesley, o peemedebista "é 100% direto".
— Esse Temer que você vê na televisão é falso. O Temer verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer que fala sem cerimônia.
Ainda de acordo com o empresário, "Temer sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro mesmo". Joesley deu um exemplo: "Olha, Joesley, precisava de R$ 3 milhões, precisava de R$ 300 mil para ver um negócio da campanha lá".
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