Política
Nonô não acredita em Rodrigo Maia sucessor de Michel Temer
Democrata avalia que presidente fica no mandato até final de 2018
O atual cenário de crise política no País passou por análises de dois políticos experientes. José Thomaz Nonô, ex-deputado federal, ex-vice-governador e atual secretário Municipal de Saúde e presidente do DEM em Alagoas, e Aldo Rebelo (PCdoB), também ex-deputado federal e ex-ministro de Estado no governo Dilma Rousseff, falaram sobre o atual momento do Brasil e qual o desfecho que eles acreditam que venha a ser tomado nos próximos dias.
À reportagem da Tribuna Independente, Nonô disse estar triste e puxou da memória uma frase Ulisses Guimarães, um dos entusiastas do antigo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), atual PMDB.
“A gente ver que lamentavelmente se cumpre uma coisa que eu ouvia muito do Dr. Ulysses Guimarães. Num pequeno espaço da minha vida que fui do PMDB e nessa época eu era muito próximo a ele e a gente reclamava que a legislatura estava pior e ele dizia assim: ‘ó, meu filho, estou aqui desde o começo e cada vez piora’. É uma pena você ver uma quantidade de senadores e deputados enrolados das mais diversas formas com a justiça e a polícia. Isso degrada. Acho que isso também deve servir de alerta para os eleitores na próxima eleição e em qualquer eleição votar com muito cuidado, para não ter o perigo de votar num enrolado qualquer”, avaliou.
CHAPA DILMA/TEMER
Questionado se acreditava na cassação da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nonô afirmou que não deve acontecer nada.
“Por uma razão muito simples. O nosso sistema judiciário permite uma infinidade de recursos. Não só a questão do Temer, mas boa parte dos encrencados. A estratégia vai ser protelar com o amparo da lei, entrando com embargo, recurso extraordinário e aí essas coisas vão se passando e o Temer só tem mesmo um ano e meio de mandato”, ressalta o presidente do DEM em Alagoas.
Para José Thomaz Nonô, o maior paradoxo desse processo é o PSDB que foi o autor do processo da cassação da chapa e que hoje pensa o contrário.
“Demoraram tanto para julgar que na realidade é isso. O autor da cassação da chapa Dilma/Temer dentre outros é o PSDB e hoje o partido participa do governo, tem ministros. Se isso tivesse sido julgado no momento adequado tenho certeza que a decisão e a postura seriam outras”, avalia Nonô.
DEM NA SUCESSÃO
O ex-vice-governador de Alagoas também comentou sobre a situação do seu amigo particular, Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara Federal. “Se o Rodrigo assumir, que é uma hipótese. É uma circunstância que não estava prevista. Vou ficar feliz, pois o tenho como amigo particular lá. Mas acho que essa hipótese não ocorre”, acredita.
A reportagem lembrou que Rodrigo Maia também está sendo investigado na Operação Lava Jato. Nonô defendeu Maia ao dizer que esses processos ainda não foram julgados.
“A acusação que eu vi nos jornais contra o Rodrigo é uma acusação de ele ter recebido R$ 100 mil. Como político, eu sou obrigado a distinguir entre duas ordens. Para mim, corrupção é quando um órgão público paga a uma determinada empresa, ou pessoa, alguma quantia e por ‘coincidência’ um dia ou uma semana depois está 10%, 15% ou sei lá quanto dessa quantia depositada na conta de um partido. O que o sujeito tem que olhar mesmo é a origem do dinheiro, de onde veio. É uma observação de um cidadão, que cabe para o Rodrigo e para quem estiver nessa lista”, analisa Nonô.
Aldo Rebelo defende eleições diretas no País
O ex-ministro alagoano Aldo Rebelo, do PCdoB, teve seu nome ventilado numa conjuntura política em caso de cassação ou renúncia do presidente Michel Temer.
O alagoano seria o vice de Rodrigo Maia (DEM) numa composição à presidência da República via eleição indireta. O nome Rebelo surgiu porque ele tem bom trânsito junto ao Congresso Nacional e uma larga experiência política.
Questionado se essa possibilidade era real, Aldo Rebelo respondeu para a reportagem da Tribuna Independente que tudo não passa de conversa de corredores.
“Isso é conversa de botequim, conversa de corredores. Não existe nada oficial sobre isso. Eu não creio que isso venha a acontecer e os partidos com os quais eu tenho mais afinidade defendem eleições diretas e não estão participando de nenhuma articulação em eleições indiretas”, informou o ex-ministro.
Ainda segundo as informações que circulam em Brasília, o nome de Rebelo para a composição com Rodrigo Maia seria relevante para diminuir ou abrandar o ritmo das reformas trabalhistas e previdenciária no Congresso Nacional. Diversos partidos estão com receio de aprovar as reformas defendidas por Temer e retirar direitos dos trabalhadores.
A reportagem também fez indagações a respeito do julgamento da chapa Dilma/Temer que foi retomado na última semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se ele acredita numa cassação da chapa e, consequentemente, na saída de Michel Temer da Presidência. De maneira breve, Rebelo declarou que está esperando o desfecho do julgamento e que existe a necessidade de aguardar o resultado.
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