Política
PF investigará Accioly, da Bodytech, como suposto laranja de Aécio Neves
empresário já havia sido citado por um delator da Odebrecht como dono de uma conta em Cingapura na qual teriam sido feitos depósitos de propina destinados a senador tucano
Amigo e compadre do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), o empresário Alexandre Acciolly será investigado pelo MPF (Ministério Público Federal) depois que a PF (Polícia Federal) interceptou ligações entre o tucano e um homem que, segundo relatório da Operação Patmos, é apontado como Acciolly. A informação foi confirmada por fontes ligadas à investigação.
O empresário já havia sido citado por um delator da Odebrecht como dono de uma conta em Cingapura na qual teriam sido feitos depósitos de propina destinados a Aécio.
As informações são de reportagem de Leandro Prazeres e Flávio Costa no UOL.
"Durante as investigações da Operação Patmos, a PF interceptou ligações telefônicas entre o senador afastado Aécio Neves e um homem que a PF diz acreditar que seja o empresário Alexandre Acciolly.
A PF afirma que interceptou três ligações feitas por Aécio, a partir de um celular pertencente a um assessor do senador. Uma ligação foi feita à irmã dele, Andrea Neves, que foi presa durante a deflagração da Operação Patmos. "As outras duas são para o mesmo interlocutor, e cujo interlocutor era referenciado por AÉCIO NEVES como 'MORENO', contudo o interlocutor também referência (sic) AÉCIO NEVES como 'MORENO'", lê-se no relatório da PF.
As duas conversas aconteceram entre os dias 29 e 30 de abril. Na primeira, Aécio chama a atenção de seu interlocutor, identificado no diálogo como "Moreno", às notícias publicadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo" no dia 29. Accioly nega que seja ele o interlocutor.
Em uma conversa aparentemente cifrada, segundo a PF, o tucano conversa sobre um "passeio de moto" e "motoqueiros malucos".
Aécio se despede mandando saudações às três meninas de "Moreno", que seriam suas filhas.
O relatório da PF sobre as interceptações telefônicas de Aécio Neves indica que, nas menções às notícias veiculadas no dia 29 de abril, os termos "motoqueiros malucos" e "passeio de moto" seriam alusivos à informação publicada naquele dia de que executivos da empreiteira Andrade Gutierrez teriam se adiantado a uma convocação do MPF para explicar as suspeitas de pagamento de propina referente às obras da usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.
Para a PF, motoqueiros seriam os "delatores" e "passeio de moto" seria a delação."
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