Política
Centrais vão ao Congresso negociar reformas e estudam nova greve, diz Paulinho
Representantes das categorias criticaram o atual momento político e criticaram as reformas trabalhista e da Previdência
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse hoje (1º) que representantes das centrais sindicais irão amanhã (2) ao Senado Federal para negociação possíveis mudanças na reformas trabalhista e da Previdência Social. A declaração ocorreu no ato da central sindical pelo 1º de Maio, em comemoração ao Dia do Trabalho, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital paulista, onde uma multidão se reuniu em frente ao palco.
“Não aceitamos a reforma trabalhista como está. E vamos para a Câmara. E vamos para o governo. Se o governo Temer quiser negociar a partir de amanhã, nós estamos dispostos a negociar. Agora, se o governo não abrir negociação, se o governo não discutir com centrais, se o governo não mudar essa proposta, nós vamos parar o Brasil novamente”, disse Paulinho da Força, como é mais conhecido, referindo-se à greve geral da última sexta-feira (28), convocada pelas centrais sindicais. A Força Sindical estima que 40 milhões pararam.
Paulinho da Força, que é deputado federal pelo Solidariedade de São Paulo, disse que fará um apelo ao presidente Michel Temer para que seja "o cara que pacifica o país. E para isso tem que mudar a reforma da Previdência, tem que mudar a reforma trabalhista”.
Nesta semana, as centrais sindicais terão reuniões para definir um calendário de atos contra as reformas e há a possibilidade de uma nova greve geral caso não haja negociação com o governo, segundo Paulinho da Força. “Quem sabe a gente consiga fazer com que Brasília ouça as vozes das ruas”, disse.
A comemoração do Dia do Trabalho, que começou por volta das 9h, deve seguir até as 15h com shows de artistas. O ato político ocorreu das 11h40 às 12h30, quando discursaram representantes sindicais e os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP), Roberto Lucena (PV-SP) e Major Olímpio (SD-SP). Trabalhadores de diversas categorias participam da comemoração, como metalúrgicos, frentistas, construção civil, de condomínio e edifícios, têxteis, químicos, do setor de alimentação, técnicos em segurança, costureiras e aposentados.
Em discursos, os representantes das categorias criticaram o atual momento político e criticaram as reformas trabalhista e da Previdência. Do sindicato dos frentistas de São Paulo, Luiz Arraes, pediu que as pessoas estejam atentas ao Congresso Nacional, que, segundo ele, está retirando direitos dos trabalhadores. Ele defendeu que o trabalhador não vote, em 2018, em parlamentares que votarem em medidas contra o trabalhador. “Ano que vem tem eleição. Não vamos esquecer o rosto de quem está retirando nossos direitos”, disse.
Do sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que as reformas estão tirando direitos que “foram conquistados com muita luta, com suor e até com morte. "[A população] não foi à greve para brincar, foi à greve para mostrar que não vai aceitar reformas que tiram direitos, reformas que diminuem os trabalhadores. Por isso tem que ficar atentos também em Brasília, temos que ficar de olho nos deputados e senadores, temos também alguns deputados que estão conosco. Mas nós temos que começar a buscar aqueles que votaram contra nós”.
Governo
Em mensagem pelo Dia do Trabalho, divulgada por meio das redes sociais, o presidente Michel Temer disse que a reforma das leis trabalhistas que tramita no Congresso Nacional faz do 1º de Maio deste ano um “momento histórico”. Temer afirmou que a “modernização das leis trabalhistas” criará emprego para os jovens e concederá direitos a trabalhadores que antes não tinham, como os temporários.
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