Política
Congresso pode derrubar a reforma, acredita Paulão
Entendimento é do deputado Paulão, que, ao mesmo tempo, cobra da sociedade envolvimento maior nas discussões
O cenário político atual está totalmente voltado para a polêmica Reforma da Previdência, além das prisões através da operação Lava-Jato. A Tribuna Independente entrevistou o deputado federal, Paulão (PT), que falou sobre os assuntos e destacou também que o partido deve retomar a sua força na próxima eleição. O parlamentar também criticou a forma como a mídia e Justiça persegue o ex-presidente do País, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tribuna Independente - Iniciou na Câmara dos Deputados alguns focos de resistência à proposta para reforma da Previdência. Acredita-se que essa proposta será derrubada? O Congresso tem força para contrariar Michel Temer?
Paulão - Acredito que sim. O presidente ilegítimo de uma forma maldosa enviou, concomitantes, as duas reformas, tanto da Previdência quanto da Trabalhista, que na realidade não são reformas. Por que eu digo isso? Porque reforma você tem um sentimento que faz para melhorar e o que vemos na realidade é um desmonte. Isso já teve repercussão na sociedade e atinge os parlamentares nesse processo de interação, também tem a pressão que ele recebe. Então hoje com esse governo golpista, ele tem dois terços do Congresso Nacional, inclusive tem um número de parlamentares que dão apoio a ele maior do que no auge do segundo governo do Lula. Mesmo assim a gente percebe que a base do governo está rachada, inclusive do próprio partido dele [Temer]. Se hoje tivesse uma votação, eu acredito que essa proposta da Reforma da Previdência da forma original que penaliza principalmente o trabalhador rural, mulheres, professores, o pessoal que trabalha com adicionais, não passaria.
Tribuna Independente - Do jeito que está a reforma não passa. Ao menos esse é tom de alguns discursos e opiniões na Câmara. O ideal é retirar quais pontos da proposta que sacrificam ainda mais o trabalhador?
Paulão - O PT, movimentos sindicais como a CUT, avaliam que por conta da ilegitimidade desse governo, ele não teria condições de colocar em pauta um debate que tem uma polêmica, não a nível nacional, mas internacional. Isso é verificar a realidade do desmonte que ocorreu nesse país. Então há uma proposta de no primeiro momento só apresentar emenda supressiva porque a gente acredita que não houve debate com a sociedade. Já existiu um fórum há muito tempo criado pelo presidente Lula com essas duas temáticas e caberia o atual governo discutir com calma, com a sociedade e fazer. Hoje o clima não é de apresentar proposta para consertar, mas sim apresentar proposta supressiva no sentido de não viabilizar essas duas reformas.
Tribuna Independente - Os protestos na última semana contra a reforma apontam que a população já cobra dos parlamentares o voto contra ao texto da reforma previdenciária?
Paulão - Sim. O dia 8 de março teve um ponto fundamental e quero parabenizar as mulheres alagoanas. No dia 15 foi uma mobilização em todo o Brasil, inclusive boicotado pelos grandes meios de comunicação, principalmente a Globo. Isso aí começa a pressionar os parlamentares. Sempre falo que é importante as grandes mobilizações, mas é necessário que os movimentos sindicais faça visita no primeiro momento diplomático a cada parlamentar. São nove aqui, três parlamentares explicitamente já tem uma posição contrária à reforma. Que sou eu, Carimbão e Ronaldo Lessa. Os outros não justificaram. Então é importante que a sociedade comece a fazer uma visita a esses deputados.
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