Ter força política nas capitais, em estados pequenos, pode ser essencial nas disputas eleitorais. Em Alagoas, Maceió concentra quase 1/3 de seus habitantes e, mesmo se essa proporção não se repita em eleitores, a vivência na capital influencia as cidades do interior.

O PMDB é um dos maiores partidos de Alagoas, mas não consegue obter bons resultados eleitorais na capital. Até hoje, só elegeu um prefeito em Maceió, Djalma Falcão, em 1985. Em 2016, os peemedebistas elegeram, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 190 vereadores e 38 prefeitos.

A legenda, capitaneada pelo senador Renan Calheiros foi, sob o olhar frio dos números, o campeão das eleições do ano passado. Porém, foi derrotado em Maceió, mais uma vez. Mas em 2014, Renan Filho foi o mais votado em Maceió para governador, com 42,53% dos votos, o que, para cientista política Luciana Santana, não configura apoio do eleitorado maceioense ao PMDB.

“O PMDB não conseguiu criar bases consistentes na capital, que possui características muito distintas do interior. Por isso, o partido, desde 1991, foi pouco representado no legislativo estadual e municipal. Isso reflete a reduzida identificação política do eleitorado da PMDB. Esse é o aspecto a ser considerado, para Luciana Santana. Apenas dois partidos detinham o domínio da competição política no país e o PMDB abrigava muitos simpatizantes de esquerda capital com o partido. Também não podemos, automaticamente, dizer que, por causa de Renan Filho, o grau de identificação do maceioense com o PMDB aumentou. Essa é uma hipótese que devemos testar”.

Ainda em 2014, o PMDB mais radical que o próprio partido. Além disso, não podemos negligenciar o fato de que estávamos em um período de abertura, fim da ditadura civil-militar. Isso explica porque, naquele momento, o PMDB teve êxito e elegeu três deputados estaduais, mas hoje conta com onze parlamentares na Casa de Tavares Bastos. Na Câmara de Maceió, o partido elegeu três vereadores em 2012, e quatro em 2016.