Política
Benedito de Lira quer chapa forte em 2018 com Rui Palmeira para o governo
Senador alagoano pretende articular uma grande composição para a próxima eleição
O senador alagoano Benedito de Lira, do Partido Progressista (PP) é uma das figuras mais importantes dentro do processo eleitoral no Estado. Ele é o entrevistado da Tribuna Independente e tratou de assuntos que em 2016 fizeram parte do calendário político no Congresso Nacional, além de estar convivendo com a crise política e econômica que parece não encerrar em Brasília. Ele garantiu que deve ir à reeleição para o Senado, mas a prioridade agora em 2017 é conseguir consolidar uma candidatura majoritária para governador para depois pensar nas composições para Câmara Federal e Senado. Benedito de Lira não acredita em eleições diretas para 2017 porque o povo não aguenta mais a saída de um presidente. Na avaliação do senador, os projetos enviados pelo governo são aprovados com tranquilidade por conta do diálogo que Michel Temer tem com o Congresso Nacional, diferente do aconteceu no governo Dilma.
Tribuna Independente - O ano de 2016 foi bastante turbulento no Congresso Nacional. É fato que existe um movimento por eleições diretas em 2017?
Benedito de Lira - O Congresso Nacional virou uma coisa muito complica da. Esse período de 2016 foi difícil e ruim politicamente e muito proveitoso por conta das ações que nós desenvolvemos das matérias que foram aprovadas e da participação do Congresso em ajudar o país a sair das dificuldades. Esperamos que o ano de 2017 seja mais tranquilo e que possamos ter ações que possam atender o anseio da população. A sociedade está muito angustiada, mas não acredito em eleições em 2017 porque não existe nenhuma sinalização dentro do Congresso Nacional que possa afastar um novo presidente. O País não aguenta mais isso. Segundo as ações que estão sendo propagadas com relação à citação de pessoas do Poder Executivo e Legislativo nas operações ficam no campo da investigação. Nós vamos ter que cuidar da governabilidade do País. Eu tenho absoluta certeza de que o presidente Michel Temer (PMDB) permanece na presidência até o final do seu mandato. Tenho a segurança de que não haverá qualquer tipo de interrupção do processo político administrativo do país.
Tribuna Independente - O Congresso Nacional tem se mantido omisso frente às acusações contra o governo Michel Temer na Operação Lava Jato?
Benedito de Lira - O Congresso não tem se manifestado contra acusação de quem quer que seja. Quer seja dos membros do Congresso, quer dos membros do Executivo. Infelizmente no nosso país o acusador não prova e você é quem tem que fazer a prova negativa. Quem é acusado é quem tem que se defender. E muitas vezes defender-se de uma coisa que não praticou. A prerrogativa do Congresso não é essa, isso é do Poder Judiciário e o Congresso tem que cuidar da sua competência que é legislar e fiscalizar. Cada um que tem a sua citação vai se defender, não tem porque envolver o Congresso Nacional nessa particularidade. O Congresso vai cuidar da sua missão que é constitucionalmente legislar para o povo brasileiro.
Tribuna Independente - A Reforma da Previdência ainda está na Câmara e encontra alguns focos de resistência. No Senado, como o projeto defendido por Temer é avaliado?
Benedito de Lira - A Reforma da Previdência é necessária. Evidente que ao chegar ao Senado nós vamos nos debruçar sobre a matéria, até porque a gente não sabe o que a Câmara vai fazer. No Senado vamos analisar item por item, artigo por artigo, ação por ação. Existe certo exagero e esses exageros são corrigidos no Congresso Nacional. Eu espero que a Câmara e o Senado possam fazer com que as coisas saiam dentro do princípio da legalidade. Não só as pessoas que estão ligadas à presidência, mas para atender ao País. Vamos esperar o que a Câmara vai fazer e se quando chegar ao Senado, e nós entendermos que o que foi feito pela Câmara está atendido e está atendendo. Se for necessário pode acontecer alguns ajustes, reformas e modificações. O Senado ainda não se debruçou sobre o projeto, mas temos uma ligeira noção do que o governo encaminhou. Alguns são de concordar e outras de não concordar e de negociar politicamente, essa é uma matéria muito sensível que mexe com as pessoas. Agora há um sentimento na Casa de que direitos adquiridos serão preservados.
Tribuna Independente - O projeto que Reforma a Previdência não prejudica em nada os militares, por exemplo. É mais cômodo para o governo federal retirar os direitos dos mais pobres em detrimentos dos que menos precisam?
Benedito de Lira – Os militares ficaram fora desse processo, mas o governo diz que numa outra oportunidade serão analisadas as situações dos militares. Eu penso que o militar deveria ter um tempo de prestação de serviço maior porque muitos deles ainda jovens estão indo para reserva e logicamente que eles têm se sentido ociosos. Digo isso porque escuto muitas reclamações deles. Mas é a lei que os autoriza a sair por essa antecipação como atividade de risco que eles exercem, terá que ter certa proteção. Agora eles não ficarão fora desse processo de análise. Outra coisa, existe essa ideia de que está se tirando do pobre. O pobre não vai ter prejuízo de nada, pelo contrário estamos planejando uma previdência para que amanhã o pobre possa tê-la. Hoje tem e amanhã poderá não ter se não houver uma alteração, uma regra estabelecendo determinado critérios que possa atender a todos. O pobre não terá prejuízo e nem será massacrado por conta da lei que está no Congresso Nacional. Essa reforma é imprescindível e se não se adotar providências, o país morrerá.
Tribuna Independente - Os projetos enviados pelo governo Michel Temer passam com mais facilidade no Congresso. A que se deve essa facilidade?
Benedito de Lira – O diálogo. O presidente Michel Temer foi da Câmara dos Deputados, ele conhece praticamente 70% dos parlamentares, ele teve uma convivência permanente. Hoje ele abre a agenda para receber o parlamentar, o deputado, o senador diferente do governo passado que fazia reuniões periódicas com as lideranças para dizer o que queria. Você não dialogava com o governo. Eu tenho 22 anos no Congresso Nacional e eu tive com o presidente Lula uma vez numa audiência privada e tive uma vez com a presidenta Dilma. Com o Michel Temer já estive quatro vezes. Ele ao chegar ao governo abriu o diálogo e assim, ele tem mais facilidade de aprovar as matérias no Congresso Nacional.
Tribuna Independente - Nove deputados, dois ministros e três senadores. Como Alagoas deve avançar em 2017 com tanta representatividade?
Benedito de Lira – Eu espero que a representatividade possa ser transformada em ações, em benefícios do Estado. Não apenas porque é ministro e vai fazer propaganda, terá que ter ações efetivas. Quais são os momentos que você tem que atender o Estado? Quais são as ações emergências que terão que ser providas? Então que cada ministro desse pode exercer essa função em benefício do Estado, com recurso, com obra, com andamento das obras e ações que sejam necessárias para desenvolver Alagoas. E os parlamentares têm como missão precípua não só representar o Estado e o povo, mas também fazer ações que possam trazer recursos para o exercício das obras estruturantes, sociais e coletivas para a sociedade alagoana.
Tribuna Independente - Naturalmente, uma eleição é cabo para outra. No pleito de 2016, o senador sente-se fortalecido para disputar a reeleição?
Benedito de Lira – A eleição de 2016 foi uma boa disputa. Na verdade, eu tive grande vitorias no meu Estado. O meu partido se saiu muito bem nas eleições e os aliados, nas composições políticas. Não posso reclamar. O partido e as composições políticas saíram fortalecidos das eleições de 2016. Espero manter esse mesmo caminho para que em 2018 estejamos aptos a disputar a eleição, a reeleição e o Governo do Estado. Eu não tenho mais desejo de disputar a eleição para governador. Eu vou trabalhar numa candidatura que realmente seja boa para Alagoas e eu vou para reeleição ao Senado.
Tribuna Independente - Já pensa em uma possível composição para o Senado, já que serão duas vagas?
Benedito de Lira – Ainda não. Primeiro precisamos consolidar uma candidatura majoritária para governador. Feita a candidatura para o Executivo, daí iniciamos as conversas para o Senado e Câmara Federal. No momento não estamos conversando sobre isso. Se depender da minha vontade, do meu apoio, o meu candidato ao governo do Estado chame-se Rui Palmeira. Eu nunca conversei com ele sobre isso, mas é o caminho natural. O Rui tem experiência, capacidade e disposição. Apoiei o prefeito de Maceió em sua primeira eleição e agora durante a sua segunda campanha vitoriosa. Ele é o nome que eu apoio para uma disputa ao Governo de Alagoas.
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