Política

Movimentos aproveitam visita presidencial e pedem Fora Temer em Alagoas

Ato teve início na Praça Marcílio Dias e chegou ao Centro de Convenções

Por Tribuna Independente 28/12/2016 10h17
Movimentos aproveitam visita presidencial e pedem Fora Temer em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria

Um policiamento reforçado - inclusive com a presença de um esquadrão antibomba e uma delegacia móvel -, esteve a postos em frente ao Centro de Convenções, em Maceió, para conter os protestos contra o presidente Michel Temer (PDMB), que esteve em Alagoas, ontem. A manifestação aparentava ter pouco mais de 150 participantes totalmente contrários à permanência do peemedebista na presidência.

O professor Magno Francisco, coordenador da Unidade Popular pelo Socialismo reconhece que havia poucos manifestantes, mas em função do tempo em que a visita foi anunciada, o que se viu em frente ao Centro de Convenções foi uma vitória.

“Estamos aqui para ser a voz da população de Maceió, que vai sofrer de maneira intensa com as medidas adotadas por esse governo”, lamentou.

Na avaliação do coordenador, o cenário de ontem só mostra que esse é um governo impopular, que não quer conflitos ou mesmo ouvir a população. “Só um governo impopular e antidemocrático visita uma capital do país da maneira como Temer veio. Anunciando poucas horas antes a sua chegada, se escondendo da população”, analisou.

De acordo com Magno, essa foi a primeira mobilização contra o governo, dentre tantas outras que estarão sendo organizadas para 2017. “Esse é pontapé inicial de um grande processo de mobilização que vamos garantir em 2017 contra esse governo”, garantiu.

Marcos Antônio, conhecido como Marrom, líder do Movimento Via do Trabalho (MVT) criticou a postura adotada por Temer. “Ele vem a Alagoas às escondidas, e estamos aqui para dizer que o governo não nos representa. Esse é um governo fascista que quer com as conquistas sociais”.

Jornalistas têm credenciamento negado

Do lado do fora do Centro de Convenções também estavam alguns jornalistas alagoanos que tiveram o seu credenciamento barrado pelo cerimonial do governo. Um deles foi o jornalista Carlos Madeiros, do site UOL, que recebeu a sua negativa por e-mail.

Inconformado com a postura adotada pelo governo, ele usou a sua rede social para fazer o desabafo. “Sou jornalista profissional há 15 anos. Tenho oito anos quase de UOL. Por lá cobri Copa do Mundo, incontáveis visitas de Lula e Dilma; cobri sessões no Senado e na Câmara. Hoje, pela primeira vez na vida, tive um credenciamento barrado. Motivo: não apresentação de um contrato de trabalho com o UOL. Jornalista é jornalista, sempre. E pode ser contratado para vida toda ou para um serviço só. Pode ter contrato no papel, pode não ter. O que não pode é tirar a dignidade do trabalho, como se um papel ausente pudesse cassar meu direito de exercer a profissão que faço com tanto amor e dedicação. Isso é o que há de mais violento contra a liberdade de expressão”, criticou.

Os veículos TNH1, Cada Minuto e TV Mar também tiveram as credenciais negadas. O professor Magno Malta se solidarizou com a categoria. “Lamentavelmente os colegas da imprensa foram impedidos de participar da entrevista coletiva e isso só demonstra a face autoritária e antidemocrática desse governo, de apresentar uma série de imposições para impedir que a imprensa livre possa questioná-lo”, comentou.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Flávio Peixoto, afirmou, em nota à imprensa, repudiou a conduta adotada pelo governo. “O tratamento dado aos jornalistas mostra o caráter ilegítimo do gestor. Os critérios de credenciamento para cobertura de hoje são absurdos!”, resumiu ele.