Política
Olavo Calheiros diz que governo de Alagoas precisa rever bases
Ele critica apoio parlamentar à PEC do orçamento impositivo
Deputados estaduais promoveram na terça-feira (29) um debate bastante acalorado ao tratar da PEC que obriga o Governo do Estado a liberar os recursos destinados em emendas parlamentares.
O parecer da proposta estava em debate até que o deputado Isnaldo Bulhões Júnior (PMDB) solicitou o adiamento da matéria e só retornar na quinta-feira (1°).
No entanto, mesmo com o adiamento, a leitura do parecer rendeu críticas entre os parlamentares.
O deputado estadual Olavo Calheiros (PMDB) fez duras críticas ao presidente da Casa, Luiz Dantas (PMDB) quanto à nomenclatura dada pelo autor do projeto, o deputado Francisco Tenório (PMN). “Me parece que a forma sorrateira que ela está sendo colocada, essa matéria deve carregar algum contrabando impresso. Ela tem que ser lida e apresentada de forma clara”, criticou.
Calheiros defendeu ainda que o governador Renan Filho (PMDB) reveja a sua base aliada na ALE porque a PEC é considerada uma afronta ao Poder Executivo.
“São R$ 81 milhões de reais por ano de emenda e isso numa hora dessas é um absurdo. Se ela for aprovada, eu acredito que não vai vigorar porque ela é inconstitucional, isso é apenas um movimento político”, disse referindo-se à reeleição de Luiz Dantas a presidência da Mesa.
Praticamente sozinho, já que o líder do governo Ronaldo Medeiros (PMDB) não esteve presente à sessão, o deputado Olavo Calheiros, admite que não está preocupado em reverter a situação. “Eu estou preocupado em marcar a minha posição, deixar clara para que Alagoas conheça”, afirmou.
Lutando “solitariamente” para não aprovar as emendas obrigatórias, Calheiros não poupou as críticas à base governista. “Nesse momento a base do governo está querendo criar dificuldade para o próprio governo. A base do governo está querendo comer o governo e ele precisa estabelecer a sua base, com quem ele pode ou não contar”, disse.
Nem mesmo o líder do governo foi poupado. “O líder do governo não estando aqui hoje é muito bem possível tenha gestado parte desse movimento aqui”, comentou.
Maioria na ALE se mostra favorável
Ainda que o governo tenha maioria na Casa, os deputados têm se posicionado favorável à aprovação do projeto. Durante a sessão de terça-feira (29), Antonio Albuquerque (PTB), Dudu Hollanda (PSD), Francisco Tenório (PMN), Rodrigo Cunha (PSDB), Pastor João Luiz (PSC) e Marcelo Victor (PSD) saíram em defesa do presidente da ALE, Luiz Dantas (PMDB).
“O presidente não pode ser acusado de nenhuma manobra sorrateira, até mesmo porque a convocação foi feita pela Constituição do Estado”, defendeu Marcelo Victor.
O deputado Dudu Hollanda rebate o valor apresentado por Calheiros e diz que cada deputado terá direito a apenas R$ 370 mil, que daria algo em torno de R$ 10 milhões. “Enquanto deputado estadual coloco as minhas emendas e elas nunca foram pagas. Eu estarei com o governador Renan Filho em qualquer momento, mas agora eu estou defendendo o meu mandato, o povo que me elegeu e quer de mim ações para os municípios que me elegeram”, pontuou.
Marcelo Victor reforça que a bancada em nenhum momento deixou de apoiar as iniciativas do governador.
“Se hoje dentro de uma crise política o governador se destaca a nível nacional é porque teve o apoio dos parlamentares, votando matérias de incremento a sua tributação, matérias de aumento de arrecadação, matéria que em determinado momento autorizou usar os fundos previdenciários para cobrir as suas despesas, nós somos grandes parceiros do governo”, afirmou.
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