Polícia

Operação da PF expõe esquema bilionário de corrupção e crimes ambientais em AL

Parte dos alvos da operação foi localizada em um condomínio de luxo em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió

Por Tribuna Hoje com ascom PF/AL 17/09/2025 09h45 - Atualizado em 17/09/2025 10h21
Operação da PF expõe esquema bilionário de corrupção e crimes ambientais em AL
Agentes da PF cumprem mandados em condomínio de luxo em Marechal Deodoro, um dos endereços ligados ao grupo investigado - Foto: PF/AL

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (17), a Operação Rejeito, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Receita Federal. A ação mira uma organização criminosa suspeita de corrupção, crimes ambientais e lavagem de dinheiro em larga escala.

Foram expedidos 79 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão preventiva, além do afastamento de servidores públicos, suspensão das atividades de empresas e bloqueio judicial de R$ 1,5 bilhão em ativos. 

Parte dos alvos da operação foi localizada em um condomínio de luxo em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió. Até o momento foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva.

Entre os presos está o empresário Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe da organização criminosa e dono de uma mansão em Alagoas onde funcionava uma adega de vinhos de luxo exibida no Bom Dia Brasil.

Adega milionária dentro de mansão de líder de mineração ilegal I Foto: reprodução/TV Globo

Segundo a Justiça Federal, o valor bloqueado corresponde ao lucro obtido pelo grupo. No entanto, investigações identificaram projetos ainda em andamento com potencial econômico que ultrapassa R$ 18 bilhões.

O esquema criminoso

As apurações revelam que o grupo corrompia servidores de órgãos estaduais e federais para obter licenças ambientais fraudulentas, que permitiam a exploração irregular de minério de ferro, inclusive em áreas de preservação e locais tombados.

Além do impacto ambiental devastador, a atividade representava alto risco de desastres sociais e humanos. A organização também atuava para obstruir investigações e monitorava autoridades para neutralizar a ação do Estado.

Os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço às investigações.

Armas foram apreendidas durante a Operação Rejeito I Foto: PF