Polícia
Caso Gabriel Lincoln: família cobra urgência na conclusão das investigações
Adolescente foi morto no dia 3 de maio deste ano durante abordagem da PM, em Palmeira dos Índios

Quatro meses após a morte de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, em uma abordagem policial no dia 3 de maio de 2025, em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, sua família exige urgência na conclusão das investigações. Em encontro realizado nesta segunda-feira (18), com autoridades da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), os pais e uma tia do adolescente cobraram celeridade na conclusão do inquérito.
Ana Fernanda Ferreira, mãe do menor, emocionada, expressou o sofrimento e a indignação da família. Ela afirmou que Gabriel era um garoto estudioso, trabalhador, cujo único objetivo era ajudar os pais. “A gente já sabe a verdade. O que a gente tem que fazer é justiça por ele. Já são quatro meses de espera, não vamos deixar este crime ser esquecido”, ressaltou.

A tia de Gabriel Lincoln, Ana Flávia que juntamente com os pais, acompanha o caso desde início, falou para reportagem, que a reunião foi para solicitar a liberação de dois exames essenciais — presumivelmente residuográfico e balístico — cuja ausência impede a conclusão do inquérito e o envio ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL). “Estamos tentando provar a inocência do meu sobrinho. Ele foi morto por um policial que deveria defender”, disse a tia, denunciando condutas anteriores do agente em Palmeira dos Índios e afirmando que a família não se calará até que os culpados da morte do garoto sejam responsabilizados.
Ana Flávia falou ainda que seu sobrinho era uma 'criança' maravilhosa, um rapaz que só queria estudar e ajudar os pais. “Ainda estamos vivendo cenas de dor, a notícia da morte de Gabriel foi um choque para todos nós. Ele foi morto com um tiro nas costas com o uso de força excessiva e ausência de tentativa de diálogo. Se tivessem abordado, buscado os pais… não precisaríamos de tudo isso”, pontuou.
Já o pai da vítima, Cícero Bezerra, clamou por imparcialidade na investigação e rapidez do processo.
O deputado Federal Paulão (PT/AL) que acompanhou a reunião, parafraseou a frase dita pelo jurista Hugo Barbosa que diz: “justiça tardia não é justiça”, ressaltando que os atrasos como problemas nos equipamentos da polícia científica fragilizam as provas e aumentam o medo. ‘’A urgência é fundamental enquanto o Estado que deveria proteger passa a ser investigado por agentes que cometeram o crime. Eu usei a Tribuna para cobrar e irei usar todos os meios legais para que os culpados sejam punidos e a família enfim possa ter a sensação de Justiça. O Governo de Alagoas tem este dever para com essa família, punir quem de fato cometeu o crime’’, finalizou o parlamentar.

Como a reunião foi de portas fechadas, a reportagem não conseguiu ouvir o secretário-executivo de Políticas de Segurança Pública de Alagoas, coronel Patrick Madeiro, que conduziu o encontro com a família.
INQUÉRITO E PASSOS DA INVESTIGAÇÃO
A Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) e afastou os policiais envolvidos do serviço operacional, remetendo-os a funções administrativas como medida de praxe — e, anteriormente em encontro com a família, o comandante-geral Paulo Amorim garantiu a condução isenta do caso.
Já a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) formou uma comissão de investigação composta pelos delegados Sidney Tenório, Alexandre Leite e João Paulo Tenório para apurar e acompanhar o caso.
REPRODUÇÃO SIMULADA
No dia 15 de julho deste ano, foi realizada a reconstituição simulada do caso no local e horário em que Gabriel foi baleado, às 20h. Peritos criminais, delegados da Polícia Civil, representantes do MP/AL e testemunhas acompanharam a reconstituição, que pode ser decisiva para esclarecer as circunstâncias da morte e confrontar as diferentes versões apresentadas até agora. A simulação foi solicitada pela família da vítima, representada pelo advogado Gilmar Torres, com o objetivo de reunir mais elementos que possam desmentir a versão oficial da Polícia Militar, que apontou que o adolescente estava armado e fugiu de uma abordagem atirando contra os militares.
A mãe de Gabriel disse que a família acompanhou o simulado de longe para não atrapalhar o procedimento.
Entre os procedimentos em andamento estão o exame residuográfico para verificar se o adolescente manuseou a arma supostamente apreendida, além da análise de imagens de câmeras de segurança, perícias balísticas e depoimentos de testemunhas.
PRESSÃO JUDICIAL
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) encaminhou ofício em 22 de maio de 2025, solicitando prioridade nas investigações, proteção à família e assistência às vítimas. O MP/AL também tem acompanhado o caso de perto desde o início.
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