Na tarde desta segunda-feira (24), em entrevista coletiva realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, no Centro de Maceió, foi apresentado o resultado de três operações distintas que, juntas, somaram quase 238 kg de drogas apreendidas no Estado, sendo a maior parte apreendida na capital alagoana e o resto em Junqueiro. De acordo com a Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN), os entorpecentes estão avaliados em R$ 350 mil.

Os dois primeiros casos foram registrados no sábado (22). Em Junqueiro, nas primeiras horas do final de semana passado, dois homens foram interceptados com 40 kg de maconha e 500 g de crack na BR-101. Jonathan José Pedro da Silva Santos, de 24 anos; e Aderlânio Santos do Carmo, de 18 anos; ambos alagoanos e sem antecedentes criminais, foram detidos em um veículo Agile vermelho de placas NMF-4729.

A droga vinha de Sergipe e a maior parte dela seria distribuída em Maceió. Participaram o Batalhão de Polícia de Radiopatrulha, com apoio do Serviço de Inteligência da Polícia Militar, além dos militares da 1ª Companhia Independente e do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc).

O comandante do BPRp, coronel Marlon Araújo, destacou que a operação é desdobramento de outra ação realizada no dia 7 de julho que terminou com a apreensão de 100 quilos de maconha. Já o secretário de Segurança Pública, coronel Lima Júnior, ressaltou o trabalho de integração entre as inteligências dos diversos órgãos.

VERGEL

No conjunto Virgem dos Pobres II, no Vergel do Lago, uma mulher foi detida com quase 4 kg de drogas no sábado. Rita de Cássia da Silva tem 32 anos e já tinha passagem na polícia por tráfico de drogas.

Com rota não usual, 193 kg apreendidos vieram de Brasília a Maceió

Foram seis meses de investigação. A DRN e a inteligência do Comando do Policiamento da Capital (CPC) deflagraram operação nesta segunda. Eles tinham mandado de prisão representado há cerca de dois meses e esperaram o melhor momento para cumprir quatro de prisão e três de busca e apreensão.

A rota utilizada para trazer a droga por Brasília até Maceió é considerada não muito costumeira pela Polícia. O mais comum é que do Paraguai, os entorpecentes sigam para o sudeste, São Paulo ou Minas Gerais, e daí venham para o Nordeste. Essa remessa veio pela região Centro-Oeste, do Mato Grosso, passando por Goiás e Distrito Federal até Alagoas.

A organização criminosa desarticulada tinha sua sede na região da favela Sururu de Capote, no Trapiche da Barra. O líder da quadrilha já está detido no presídio do Agreste, em Girau do Ponciano. Ronaldo Caetano da Silva, vulgo ‘CRB’, de 33 anos, estava preso em Maceió no início do ano e comandava os crimes de dentro do Baldomero Cavalcanti. Após transferência para o Agreste, no meio do semestre, ele começou a depender das visitas realizadas por sua esposa, Crisleide da Silva, a ‘Cris’, para se informar do andamento dos delitos. Crisleide é a única do grupo que está foragida. Ronaldo teve mandado representado contra ele e deve ter a prisão adicionada a sua ficha criminal, uma vez que já cumpre pena por homicídio.

(Foto: Sandro Lima)

Drogas apreendidas nas três operações têm custo avaliado em R$ 350 mil

Além do casal, dois membros da organização foram detidos. Carlos Roberto Vieira dos Santos, o ‘Bibi’ ou ‘Mago’, era o gerente de tráfico. Sua função era controlar e distribuir as drogas. Ele foi detido em cumprimento de mandado e também em flagrante, já que 193,7 kg (192 kg de maconha, 1,5 de crack e 200g de cocaína) estava em sua posse em uma casa no Cleto Marques Luz, bairro do Tabuleiro do Martins. Ele também tinha um revólver calibre 38, que foi apreendido.

Ele confessou que guardava o material para distribuição. Essa não foi a primeira prisão do suspeito em 2017. Em 1º de fevereiro, ele e Cristiano da Silva foram presos com 1kg de maconha, além de R$ 5 mil. Também foram autuados por associação ao tráfico e tráfico de drogas. Já soltos, Cristiano foi assassinado na Sururu de Capote em 11 de maio, no dia em que recebeu o alvará de soltura. Cristiano era irmão de Crisleide e cunhado de Ronaldo.

O segundo detido nesta segunda foi Alfredo Filipe Tavares Lourenço, de 26 anos. Ele realizava a distribuição e arrecadação do dinheiro ilícito. Também foi detido este ano, em 30 de janeiro, na época em que a investigação era iniciada. Ele fazia a distribuição de 1 kg de crack na Cidade Universitária quando foi preso em janeiro.

O Grupamento Aéreo e o Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (Tigre) participaram da operação.