Polícia
SSP diz que homicídio de travesti no Clima Bom não foi motivado por homofobia
Quatro menores de 13, 15, 16 e 17 anos confessaram o crime e foram apreendidos
Na tarde desta terça-feira (18), a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas divulgou que esclareceu o homicídio da travesti Carla Viana, ocorrido na noite de domingo (25 de junho) no bairro do Clima Bom, nas proximidades do terminal de ônibus. Quatro menores com 13, 15, 16 e 17 anos de idade foram apreendidos na segunda-feira (17) pelo crime e confessaram ter matado Carla, de 23 anos, com golpes de faca por conta de disputa de facções. Carla não seria faccionada, mas postava fotos e fazia apologia a um grupo rival do que domina na região do Clima Bom. As investigações apontaram que o crime não teve relação com homofobia, hipótese que chegou a ser levantada após o assassinato.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Eduardo Mero, a vítima realizava brincadeiras com relação à facção criminosa quando estava em um bar no bairro e também na casa de um familiar que conhecia um dos menores. Três deles conheciam Carla.
Após o período no bar na noite do crime, os jovens, que estavam em uma residência próxima, teriam convidado a travesti para um encontro sexual. Os cinco se dirigiram para o terminal do bairro quando Carla foi atingida por um golpe de facão nas costas.
Após o golpe inicial, a vítima caiu e foram desferidas várias facadas em Carla que ficou gravemente ferida. Ela chegou a ser socorrida por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Hospital Geral do Estado (HGE), mas já se encontrava em estado grave.
Ela não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã de quarta-feira (28 de junho). A possibilidade do crime ter sido motivado por homofobia foi especulada por entidades que lutam pelos direito LGBT, ainda mais porque o dia da morte de Carla é quando é comemorado o Dia do Orgulho LGBT. As entidades cobraram o esclarecimento do caso.
Eduardo Mero falou que as imagens de videomonitoramento de estabelecimentos do Clima Bom não chegaram a ser fundamentais, mas ajudaram na identificação dos quatro suspeitos. R.M.S., de 13 anos; S.M.S., de 15 anos; G.S.F., de 16 anos; e D.S.S., de 17 anos; não tinham passagem pela polícia.
(Foto: Sandro Lima)
Delegado Eduardo Mero deu esclarecimentos à imprensa sobre o caso
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