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‘A gente comemorou aniversário, ia para barzinho junto’: espiões russos fizeram amigos e viveram romances no Brasil
O Fantástico teve acesso com exclusividade a um vídeo de um depoimento que mostra como funcionou a chamada 'Fábrica de Espiões' da Rússia no Brasil. O esquema foi além da falsificação de documentos

"A gente comemorou junto aniversário, ia para barzinho juntos." É assim que o brasileiro Felipe Martinez descreve sua relação de amizade com o espião russo Gerhard Daniel Campos, que trabalhava com Felipe e se passava por brasileiro.
Daniel fugiu há três anos. Os nomes verdadeiros dele e de outros espiões russos já tinham sido divulgados pelo Fantástico, que vem acompanhando, desde 2022, a investigação da Polícia Federal sobre o caso dos agentes infiltrados.
Segundo a Polícia Federal, o verdadeiro nome de Daniel era Artem Shmyrev. Ele mantinha uma empresa de impressão 3D no centro do Rio de Janeiro, a menos de 100 metros do Consulado dos EUA.
Três homens que se consideravam amigos de Daniel disseram que não desconfiavam de nada, mas que o russo não revelava nada sobre seu passado. "Ele se esquivava quando a gente perguntava coisas da vida dele", disse um deles.
O Fantástico teve acesso com exclusividade a um vídeo de um depoimento que mostra como funcionou a chamada "Fábrica de Espiões" da Rússia no Brasil. O esquema foi além da falsificação de documentos.
O nome de Daniel aparece na lista do jornal "The New York Times", que apresentou, em uma reportagem publicada na última semana, uma lista de nove espiões russos que atuaram no Brasil. Esses espiões apagaram os rastros de seu passado russo e, por aqui, criaram identidades inteiramente novas.
"Numa operação audaciosa e abrangente, esses espiões apagaram os rastros de seu passado. Abriram empresas, fizeram amigos, vivenciaram romances", diz a reportagem.
Ainda segundo o jornal americano, "por anos, a Rússia usou o Brasil como ponto de partida para a elite dos seus oficiais de inteligência, os chamados ilegais".
A "Fábrica de Espiões" funcionava no país desde os anos 1980, quando a Rússia era parte da União Soviética e os espiões atuavam para a temida KGB.
No Brasil, os russos encontraram facilidade para tirar documentos forjados, conseguir passaportes e atuar em outros países como brasileiros. Um disfarce perfeito.
A certidão de nascimento forjada de Daniel diz que ele seria filho de Fátima Regina Campos Monteiro. Se a informação fosse verdadeira, o eletricista Carlos Monteiro seria o tio dele.
Em entrevista ao Fantástico, Carlos disse que sua irmã já morreu e nunca teve filhos. Ele prestou depoimento e mostrou provas: "Apresentei tanto a certidão de nascimento original da minha irmã, como a certidão de óbito, inclusive um inventário dela do falecimento, onde a única herdeira seria a minha mãe".
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