Mundo

Sean 'Diddy' Combs começa a ser julgado por tráfico sexual e pode ser condenado à prisão perpétua

Rapper será julgado sob a acusação de ter usado a influência e os recursos de seu império empresarial para abusar sexualmente de mulheres

Por Carla Neves com Quem 05/05/2025 17h13
Sean 'Diddy' Combs começa a ser julgado por tráfico sexual e pode ser condenado à prisão perpétua
Magnata do rap pode ser condenado à prisão perpétua - Foto: Reprodução/Youtube

O julgamento de Sean "Diddy" Combs, de 55 anos, começa em Nova York, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (5) com a seleção do júri. O rapper e produtor, também conhecido como Puff Daddy ou P. Diddy, será julgado sob a acusação de ter usado a influência e os recursos de seu império empresarial para abusar sexualmente de mulheres.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, a seleção está marcada para começar pela manhã e pode levar vários dias. As declarações iniciais dos advogados e o início dos depoimentos são esperados para a próxima semana. O julgamento deve durar pelo menos oito semanas e pode condená-lo à prisão perpétua.

Acusações

O texto de 17 páginas contra Diddy envolve acusações como envolvimento em tráfico sexual e de presidir uma conspiração de extorsão. A acusação afirma que, com a ajuda de pessoas de sua comitiva e funcionários de sua rede de negócios, Diddy se envolveu em um padrão de duas décadas de comportamento abusivo contra mulheres e outras pessoas.

De acordo com os promotores, mulheres eram manipuladas para participar de performances sexuais movidas a drogas com profissionais do sexo, que Diddy chamava de "Freak Offs". A acusação afirma que Diddy usou uma mistura de influência e violência para "mantê-las na linha": ele se ofereceu para impulsionar suas carreiras no entretenimento se elas fizessem o que ele pedia -- ou as cortava se não fizessem.

Quando não conseguia o que queria, a acusação afirma que Diddy e seus associados recorriam a atos violentos, incluindo espancamentos, sequestros e incêndios criminosos. Os promotores contam que, certa vez, ele chegou a pendurar alguém em uma sacada.

Histórico de agressões

Diddy reconheceu um episódio de violência que provavelmente será incluído no julgamento. Em 2016, uma câmera de segurança o filmou espancando sua ex-namorada, a cantora de R&B Cassie, no corredor de um hotel de Los Angeles. Cassie entrou com uma ação judicial no final de 2023, alegando que Diddy a havia submetido a anos de abuso, incluindo espancamentos e estupros.

O advogado de Diddy, Marc Agnifilo, afirmou que o rapper "não era uma pessoa perfeita" e que havia uso de drogas e relacionamentos tóxicos, mas afirmou que toda atividade sexual entre o artista, Cassie e outras pessoas era consensual.

Em 1999, Diddy foi acusado de invadir o escritório de um executivo da Interscope Records com seus guarda-costas e espancá-lo com uma garrafa de champanhe e uma cadeira. Depois, o executivo, Steve Stoute, pediu aos promotores que moderassem a punição contra Diddy, que se declarou culpado de uma acusação menor e fez um curso de controle da raiva.

Posteriormente, naquele mesmo ano, Diddy foi parado pela polícia depois de fugir com sua então namorada, Jennifer Lopez, de uma boate em que três pessoas foram feridas a tiros. O artista foi absolvido de todas as acusações relacionadas ao incidente em um julgamento em 2001, mas um rapper de sua comitiva, Jamal "Shyne" Barrow, foi condenado pelo tiroteio e cumpriu quase nove anos de prisão.

Em 2015, foi acusado de agredir alguém com um kettlebell de academia na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, onde um de seus filhos jogava futebol americano. Ele disse que estava se defendendo e os promotores arquivaram o caso.



Diddy nega acusações


Preso há oito meses, Diddy e seus advogados afirmam que ele é inocente, e que qualquer sexo grupal era consensual. Eles alegam que não houve esforço para coagir as pessoas a fazerem coisas que elas não queriam, e nada do que aconteceu representou uma organização criminosa. Seu advogado, Marc Agnifilo, argumenta que Diddy levava um estilo de vida "swinger".