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Mais de 50 pessoas são mortas no Líbano após bombardeios israelenses

Israel intensificou os ataques ao Líbano nos últimos dias, com o objetivo de eliminar membros do alto escalão do Hezbollah

Por g1 29/09/2024 15h13 - Atualizado em 29/09/2024 17h34
Mais de 50 pessoas são mortas no Líbano após bombardeios israelenses
Imagem dos escombros de um prédio na vila de Ain El Delb, em Sidon, no sul do Líbano, após um ataque aéreo israelense em 29 de setembro de 2024 - Foto: AFP

Bombardeios israelenses deixaram mais de 50 mortos em cidades libanesas, neste domingo (29).

O Ministério da Saúde do Líbano informou que 32 pessoas morreram e 29 ficaram feridas em ataques de Israel perto de Sidon, a principal cidade do sul do Líbano. O ataque atingiu um prédio na vila de Ain El Delb.

Um outro bombardeio aconteceu na cidade de Baalbek-Hermel, no leste do país, deixando 21 mortos e mais 47 feridos, segundo órgão de saúde do país.

Israel intensificou os ataques direcionados ao Líbano nas últimas semanas, com o objetivo de eliminar membros do alto escalão do grupo extremista Hezbollah.

Neste domingo, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que "Israel não deveria ser autorizado a atacar os países do 'Eixo de Resistência'". Esse grupo, coordenado pelo Irã, é predominantemente formado por milícias xiitas e tem entre os pilares principais Hezbollah, Houthis, Hamas (o único sunita) e facções de apoio no Iraque e na Síria.

Mortes de membros do Hezbollah

Neste domingo, por exemplo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram, em nota, que mataram outro líder do Hezbollah, Nabil Kaouk. No último sábado (28), o país já havia anunciado a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, número 1 e principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo extremista libanês desde 1992.

O corpo de Hassan Nasrallah foi recuperado do local do ataque aéreo israelense em Beirute e, segundo informou a agência de notícias Reuters neste domingo, está "intacto". A causa da morte teria sido um traumatismo contundente, causado pela força da explosão.

Segundo os militares israelenses, as forças aéreas de Israel atingiram uma série de alvos no Líbano neste domingo, "incluindo lançadores que estavam apontados para o território de Israel", depósitos de armas e uma "infraestrutura adicional" do grupo extremista.

O Hezbollah ainda não comentou sobre Kaouk, mas seus apoiadores têm publicado mensagens de luto por ele desde sábado.

O que é o Hezbollah?

O Hezbollah é uma organização libanesa com atuação política no país, mas que tem um braço armado e é considerado um grupo terrorista por vários países, como Estados Unidos, Israel, França e Alemanha.

Hezbollah e Israel trocam agressões desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre o grupo terrorista Hamas e os israelenses, em outubro de 2023. Agora, o grupo libanês é o novo alvo de Israel em uma "nova fase da guerra".

Em uma das agressões recentes entre Israel e Hezbollah, o grupo extremista lançou mais de 300 foguetes e drones contra Israel em agosto. O ataque, considerado de larga escala, fez o país declarar estado de emergência e bombardear alvos no Líbano como resposta.

As tensões entre Israel e o Hezbollah se acirraram após os israelenses terem assassinado Fuad Shukr, considerado o número 2 do grupo, em Beirute no final de julho.

Como o grupo se formou e o que faz?

No começo dos anos 1980, uma parte dos palestinos que combatiam o governo de Israel usavam o território do Líbano como base.

Israel chegou a invadir o país vizinho nessa época.

O grupo Hezbollah surgiu no Líbano para se opor à presença de israelenses no país. Hezbollah significa “Partido de Deus” em árabe. O grupo rapidamente se tornou aliado do maior país xiita da região, o Irã.

Israel só se retirou plenamente do Líbano no ano 2000, mas o Hezbollah permaneceu.

O Hezbollah também é um partido político legítimo –eles participam das eleições parlamentares e têm seus deputados.

Além disso, o Hezbollah também controla algumas partes do território libanês. Grosso modo, considera-se que o Hezbollah é um Estado dentro de Um Estado –eles providenciam serviços sociais, por exemplo.