Mundo

Rússia liberta repórter dos EUA na maior troca de priosineiros com Washington desde a Guerra Fria

Por g1 01/08/2024 12h01
Rússia liberta repórter dos EUA na maior troca de priosineiros com Washington desde a Guerra Fria
Jornalista americano Evan Gershkovich preso na Rússia suspeito de espionagem durante audiência em Moscou - Foto: AFP

O jornalista norte-americano Evan Gershkovich, repórter do jornal "The Wall Street Journal" preso há mais de um ano na Rússia e condenado por espionagem, será libertado em uma troca de prisioneiros que o governo russo e os Estados Unidos farão nesta quinta-feira (1).

A troca será a maior entres os dois países desde a Guerra Fria. No total, 26 prisioneiros dos dois lados foram trocados.

A informação é do governo da Turquia, que participou como mediador das negociações. Ancara disse que a libertação faz parte de uma grande troca de priosineiros entre Washington e Moscou, com participação da Alemanha, Polônia, Eslovênia e Noruega.

Gershkovich, que é correspondente do "The Wall Street Journal" na Rússia, foi detido no início de 2023 quando fazia uma reportagem em Ecaterimburgo, cidade no centro-oeste da Rússia. O governo russo alegou que o repórter fazia espionagem, o que o "The Wall Street Journal" e o advogado do jornalista negaram.

O jornalista foi a julgamento este ano e foi condenado a 16 anos de prisão.

O ex-fuzileiro naval norte-americano Paul Whelan, condenado em 2020 a 16 anos de prisão por espionagem, também foi libertado, ainda de acordo com Ancara.

Outro jornalista, o espanhol Pablo González, também está na lista de prisioneiros libertados, mas do lado da Rússia. González estava detido havia dois anos na Polônia acusado de espionar o governo do país para Moscou.

O advogado do jornalista, que nega a acusação, disse ao jornal espanhol "El País" que ele já foi colocado em liberdade.

O governo turco afirmou também que 13 prisioneiros russos serão libertados como parte da troca: dez deles estavam em prisões alemãs e outros três, em presídios dos EUA.

Washington e Moscou ainda não haviam se pronunciado sobre a troca até a última atualização desta reportagem.