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Presidente do Sri Lanka renuncia após fugir para Singapura

População segue revoltada pedindo melhores condições para todos após grave crise econômica.

Por G1 15/07/2022 11h26
Presidente do Sri Lanka renuncia após fugir para Singapura
Gotabaya Rajapaksa, na época presidente do Sri Lanka, durante evento em Glasgow - Foto: Reuters

O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, apresentou uma carta de renúncia nesta quinta-feira (14), disseram duas fontes do governo nesta sexta-feira, depois que ele fugiu para Singapura após protestos em massa contra o colapso econômico de seu país.

Rajapaksa enviou por e-mail uma carta de renúncia ao presidente do parlamento do país.

Na capital comercial Colombo, tropas patrulhavam as ruas para impor o toque de recolher.

Rajapaksa, que fugiu para as Maldivas na quarta-feira para escapar de uma revolta popular em meio a uma crise econômica paralisante, seguiu para Singapura em um voo da companhia aérea saudita, segundo uma informante da Reuters.

Um passageiro do voo, que não quis ser identificado, disse à agência que Rajapaksa foi recebido por um grupo de seguranças e foi visto saindo da área VIP do aeroporto em um comboio de veículos pretos.

O Ministério das Relações Exteriores de Singapura disse que Rajapaksa entrou no país em uma visita particular e não solicitou ou recebeu asilo.

Sua decisão na quarta-feira de tornar seu aliado primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe o presidente interino desencadeou mais protestos, com manifestantes invadindo o parlamento e o gabinete do primeiro-ministro exigindo que ele também renuncie.

"Queremos que Ranil vá para casa", disse na quinta-feira Malik Perera, motorista de 29 anos que participou dos protestos no parlamento. "Eles venderam o país, queremos que uma boa pessoa assuma, até lá não vamos parar."

Os protestos contra a crise econômica fervilham há meses e chegaram ao auge no fim de semana passado, quando centenas de milhares de pessoas tomaram prédios do governo em Colombo, culpando a poderosa família Rajapaksa e seus aliados pela inflação descontrolada, escassez de bens básicos e corrupção.

"Temos que tornar a sociedade melhor do que isso. O governo não está resolvendo os problemas das pessoas", disse Terance Rodrigo, um estudante de 26 anos.