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EUA retêm US$65 milhões em ajuda para palestinos após ameaça de Donald Trump
Decisão de não liberar recursos deve provavelmente aumentar dificuldades de retomar negociações de paz entre israelenses e palestinos
Ao mesmo tempo em que disse que a decisão manteria escolas e serviços de saúde, a porta-voz do departamento Heather Nauert fez coro com o presidente Trump ao defender que outros países entrem com mais recursos porque os EUA pagariam mais do que lhe era cabido.
A decisão de não liberar recursos deve provavelmente aumentar as dificuldades de retomar as negociações de paz entre israelenses e palestinos e minar ainda mais a confiança árabe de que os EUA possam atuar como mediador imparcial, particularmente depois do anúncio de Trump em 6 de dezembro que reconheceu Jerusalém como capital israelense, revertendo décadas de política externa norte-americana.
Uma autoridade palestina rapidamente criticou a decisão de Washington de reter parte dos recursos, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que não sabia de mudanças relacionadas à ajuda, mas que ele estava “muito preocupado” com a possibilidade de cortes financeiros.
O departamento notificou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) que os EUA estão condicionando a liberação adicional de recursos a reformas não especificadas na entidade. A porta-voz, porém, citou que a decisão norte-americana não foi tomada “para punir” alguém.
”Sem os recursos que damos hoje, operações da UNRWA estavam sob o risco de ficar sem fundos e fechar. Os recursos dados pelos Estados Unidos vão impedir que isso aconteça no futuro imediato”, disse uma autoridade norte-americana, que afirmou que os adicionais “65 milhões de dólares ficarão retidos para consideração futura”.
Numa mensagem publicada no Twitter em 2 de janeiro, Trump afirmou que Washington dá aos palestinos “CENTENAS DE MILHÕES DE DÓLARES por ano e não recebe reconhecimento ou respeito”.
”Eles não querem nem negociar um há muito esperado tratado de paz com Israel (…). Com os palestinos não mais dispostos a negociar a paz, por que nós devemos fazer grandes pagamentos no futuro para eles?”, disse Trump.
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