Mundo
Ataque de grupo armado durante consulta opositora deixa dois mortos em Caracas
Procedimento consultivo não é reconhecido pelo governo nem pelo Poder Eleitoral
Ao todo, duas pessoas morreram e quatro ficaram gravemente feridas no oeste de Caracas neste domingo (16), depois que um grupo de homens armados atirou durante a realização da consulta popular da oposição sobre o processo Constituinte promovido pelo governo. Segundo a Agência EFE, a informação foi passada pelo chefe de campanha do plebiscito e prefeito do município de Sucre, Carlos Ocariz.
“Há pouco, um incidente em Catia. Paramilitares dispararam. Há 4 feridos gravemente e 2 mortos”, escreveu o governante no Twitter.
O incidente foi confirmado pelo Observatório Venezuelano da Agitação Social (OVCS): “Grupos Paramilitares atiraram em Catia. Cidadãos se escondem na Igreja El Carmen, na Avenida Sucre.”
A Avenida Sucre, no setor Catia, abriga um dos pontos habilitados para a consulta. De acordo com Ocariz, uma investigação já foi solicitada ao Ministério Público.
O líder opositor Henrique Capriles, por sua vez, publicou um vídeo na mesma rede social mostrando o tumulto na porta da igreja e o barulho dos disparos.
“O desespero de @nicolasmaduro e da sua cúpula corrupta que mandaram os seus grupos paramilitares para assassinar o nosso povo em Catia!”, escreveu ele.
A consulta, que não é reconhecida pelo governo nem pelo Poder Eleitoral, ocorria normalmente. Os organizadores tinham expressado temores de possíveis atos de violência dos chamados “coletivos”, grupos chavistas às vezes armados que atacaram a Assembleia Nacional (AN, Parlamento), de maioria opositora, ferindo vários deputados no dia 5.
Na consulta, o cidadão é perguntado se aprova ou rejeita a Assembleia Constituinte, que acontecerá no próximo dia 30 e é vista pela oposição como uma tentativa do governo de “consolidar uma ditadura” na Venezuela. Na cédula o venezuelano também deve responder se a população deseja a convocação de eleições para a renovação dos poderes públicos e se gostaria de que todos os funcionários públicos e as Forças Armadas obedecessem e defendessem a Constituição de 1999.
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